Ministério busca novo nome para colegiado

O Ministério de Minas e Energia passou a procurar um outro nome para o conselho de administração da Petrobras depois que o empresário Rodolfo Landim comunicou, ontem, que decidiu recusar a indicação para presidir o colegiado. De acordo com a pasta, a nova indicação será avaliada com a "responsabilidade que a situação requer".

Landim havia sido indicado para o cargo em 28 de março, junto com o nome do economista Adriano Pires para a presidência da estatal. Ex-funcionário de carreira da Petrobras, ele presidiu a antiga BR Distribuidora (agora Vibra Energia), de 2003 a 2006, no governo Lula. Deixou a estatal para assumir cargos de liderança nas empresas do Grupo X, de Eike Batista, com quem tem uma longa rixa, inclusive na Justiça. Em carreira solo, criou sua própria petrolífera, a Ouro Preto, vendida em 2020.

Em relação a Pires, o Ministério de Minas e Energia afirmou que, desde a semana passada, o economista está cumprindo os "trâmites legais e administrativos" exigidos para a proposição do seu nome à Assembleia Geral Ordinária, marcada para o próximo dia 13. "Temos de aguardar todas essas análises e, se tiver algum óbice, se pode ser superado", informou a pasta. Procurado, ontem, para dar sua versão dos fatos, o economista não retornou às chamadas até o fechamento desta edição.

Depois de contar com um presidente das Forças Armadas, Joaquim Silva e Luna, o governo buscava um nome do mercado para as presidências da petroleira e de seu conselho. O general e seu antecessor, Roberto Castello Branco, acabaram saindo da empresa justamente por divergências com o Palácio do Planalto sobre a política de preços da companhia. Em entrevistas recentes, Silva e Luna afirmou que "é muito mais fácil encontrar um culpado do que uma solução" e desejou "sorte" a seu sucessor.