Propina para apoio em 2014

A Polícia Federal reuniu indícios de que o atual ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, recebeu propina do grupo J&F, do empresário Joesley Batista. O relatório final da investigação foi enviado, ontem, ao Supremo Tribunal Federal (STF), com indícios de crimes como corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A partir daí, a Corte deve enviar o material ao procurador-geral da República, Augusto Aras, para que decida se apresenta denúncia contra Ciro ou se arquiva o caso. Segundo a PF, o recebimento ilegal de dinheiro teve início em 2014, para garantir o apoio do PP na campanha da reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff.

"Joesley Mendonça Batista, por solicitação de Edson Antônio 'Edinho' Silva e auxiliado por Ricardo Saud, fez repasses de vantagens indevidas para Ciro Nogueira Lima Filho, visando a garantir o apoio do Partido Progressista às eleições da Presidente Dilma Rousseff, no ano de 2014", diz um trecho do documento.

Procurada pelo Correio, a defesa do ministro disse que recebeu com estranheza o relatório da Polícia Federal. Segundo o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, a conclusão é baseada somente nas delações de Joesley Batista e não existem provas externas de crimes. "Essa conclusão teria algum sentido se fosse quatro anos atrás. Hoje, é espantoso sob alguns aspectos, ver essa conclusão da PF. O tempo mudou. As delações deixaram de ter a força que tinham", disse o advogado.