ELEIÇÕES

'Preciso demonstrar que sou viável', diz Ciro sobre a eleição

A declaração foi dada na palestra do Atlantic Council, em Washington. Ciro aparece em terceiro lugar, com 9% das intenções de voto, na mais recente pesquisa Ipespe

Pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes admitiu que precisa demonstrar ser um nome viável até maio ou junho para conseguir apoio de outros partidos. O ex-ministro tem conversado e busca alianças com o União Brasil e o PSD.

"Eu preciso demonstrar para eles que eu sou viável", afirmou. "Se eu conseguir, como estou conseguindo, chegar ali por maio, junho, demonstradamente o cara mais viável contra o que representa Lula e Bolsonaro em polarização, ódio e desagregação do país, tenho chance de capturar alguns pedaços da organização partidária brasileira."

A declaração foi dada na palestra do Atlantic Council, em Washington. Ciro aparece em terceiro lugar, com 9% das intenções de voto, na mais recente pesquisa Ipespe — a primeira divulgada após a saída de Sergio Moro do Podemos e a filiação ao União Brasil, em que o ex-juiz enfrenta resistências e deixou de ser considerado pré-candidato à Presidência.

O pedetista está bem atrás de Lula (34%) e Bolsonaro (30%), mas à frente de outros nomes que tentam se garantir na chamada terceira via, como o tucano João Doria (6%), e a emedebista Simone Tebet (2%). "Eu tenho conversado, sim, com a direção do União Brasil", disse Ciro. MDB, PSDB, União Brasil e Cidadania pretendem anunciar um candidato único ao Planalto em maio.

Ciro frisou que PDT deu apoio a políticos do antigo DEM (que se fundiu com o PSL para formar o União Brasil), como Ronaldo Caiado (Goiás) e Mauro Mendes (Mato Grosso). "Portanto, é uma conversa que já vem de longa data", destacou. "E o PSD é de um velho amigo meu, (Gilberto) Kassab, e eu já fui adiante e apoiei o prefeito (Alexandre) Kalil, de Belo Horizonte. Tenho uma amizade antiga e uma afinidade imensa com o Eduardo Paes no Rio de Janeiro", acrescentou.

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Doria

Também ontem, Doria afirmou que defende a ampliação de forças do centro democrático para ter uma candidatura única ao Planalto, "que não será partidária e, sim, coletiva". A declaração ocorreu durante almoço-debate com empresários organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).

"Estou participando (dessa negociação), e esse é o caminho para romper a polarização", ressaltou, em referência à aliança formada entre dirigentes de MDB, PSDB, União Brasil e Cidadania. "Teremos um nome para romper a bolha. A terceira via é a via da esperança", completou o tucano, reforçando a necessidade de se lançar um nome competitivo que se mostre como alternativa à polarização Lula/Bolsonaro.

Em tom de campanha, Doria aproveitou o evento para destacar suas agendas prioritárias, caso seja eleito presidente da República, colocando-se como "um liberal-social".

Na área econômica, o ex-governador defendeu a aprovação de reformas, especialmente a tributária, por meio da PEC 45, para simplificar a tributação e estimular o crescimento. "Governo que entra tem que ter coragem de fazer as reformas de imediato. Ou você faz isso quando tem força e prestígio do resultado eleitoral, ou não faz", ressaltou. Ele defendeu, mais uma vez, a privatização da Petrobras, dividindo-a em três ou quatro empresas.

O tucano aproveitou para elogiar a reforma trabalhista aprovada no governo Michel Temer (MDB), que, segundo Doria, "foi uma grande conquista ao Brasil".