CRÍTICAS

Mendonça se defende após voto contra Silveira: ‘Separar joio do trigo’

Bolsonaristas criticaram voto do magistrado no julgamento do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), na noite de quarta-feira (20/4)

Atacado por parlamentares bolsonaristas por conta de seu voto no julgamento do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), se defendeu nas redes sociais. Nesta quinta-feira (21/4), o magistrado disse que não compactua com comportamentos violentos e que é preciso “separar o joio do trigo”.

"Diante das várias manifestações sobre o meu voto ontem, sinto-me no dever de esclarecer que: [a] como cristão, não creio tenha sido chamado para endossar comportamentos que incitam atos de violência contra pessoas determinadas; e [b] como jurista, a avalizar graves ameaças físicas contra quem quer que seja”, disse.

O STF decidiu, na noite desta quarta-feira (20/4), condenar o deputado Daniel Silveira por estimular atos antidemocráticos e ameaçar instituições. Relator do processo, o ministro Alexandre de Moraes votou pela aplicação de pena de oito anos e nove meses de reclusão, inicialmente, em regime fechado para o réu.

Apesar de não ter seguido integralmente o relatório de Moraes, Mendonça também votou pela condenação de Silveira, mas divergiu em relação à pena: ele defendeu que o deputado fosse condenado a dois anos e quatro meses, em regime aberto.

"Há formas e formas de se fazerem as coisas. E é preciso se separar o joio do trigo, sob pena de o trigo pagar pelo joio. Mesmo podendo não ser compreendido, tenho convicção de que fiz o correto”, se defendeu Mendonça.

O ministro Nunes Marques votou pela absolvição completa de Silveira. Ele e Mendonça foram indicados à Corte pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ataques de bolsonaristas

Em uma série de publicações na internet, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) criticou o voto do ministro André Mendonça. “Quem diria que Kassio Nunes acertaria e André Mendonça erraria tanto”, escreveu.

O deputado bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ) também condenou o posicionamento do magistrado: “Terrivelmente decepcionante!”

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