Ministros defendem urna eletrônica

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse, ontem, que a democracia é um "espaço plural", mas que não tem lugar para quem busca destruí-la. A declaração ocorreu em um evento do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro.

"Na minha visão, e na de todos nós juízes que estamos aqui, a democracia é um ambiente plural, que tem lugar para conservadores, para liberais, para progressistas. Só não tem lugar para quem queira destruí-la", ressaltou o magistrado. "O Brasil tem muitos problemas. Felizmente, nosso sistema de votação não é um deles."

Barroso fez defesa enfática da segurança da urna eletrônica e descartou a possibilidade de um ataque hacker ao equipamento. O magistrado também criticou o projeto de lei do voto impresso, derrubado pelo Congresso. Segundo o ministro, a medida teria obstáculos logísticos para sua implementação, como o transporte dos votos — "em um país em que se rouba carga" —, a armazenagem dos comprovantes e a própria contagem manual.

"Não chega nem a estar errada essa ideia. Tem de ter uma categoria nova para essa ideia. Ela é o fim do segredo do voto", afirmou. "Aí a milícia, o tráfico e o coronel ficam sabendo em quem você votou", disse.

Também ontem, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, destacou que o país vive o desafio de "encontrar caminhos pacíficos para enfrentar os seus dissensos" e que a Corte vai atuar em parcerias para combater fake news. "Ao contrário do que se alardeia na selva das narrativas falsas, no terreno sujo da fabulação, a inexistência de fraudes (no sistema) é um dado observável, facilmente constatado", frisou. (LP)