Culinária política: "lula com chuchu"

Correio Braziliense
postado em 08/05/2022 00:01
 (crédito:  NELSON ALMEIDA/AFP)
(crédito: NELSON ALMEIDA/AFP)

Impossibilitado de participar presencialmente por ter contraído covid-19, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB), vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva, fez um discurso que ao mesmo tempo que foi considerado incisivo, teve um inesperado toque de bom humor. Propôs que, em outubro, o eleitorado arrisque provar uma inovação gastronômica: o prato "lula com chuchu".

"Mesmo que muitos discordem da sua opinião de que lula é um prato que cai bem com chuchu, que acredito venha ainda a se tornar um hit da culinária brasileira", brincou Alckmin, fazendo ironia com o apelido que recebeu do petista de "picolé de chuchu" devido ao estilo pouco descontraído do ex-governador paulista de fazer política.

Mas à parte a proposta de que os brasileiros cedam a uma inovação culinária, Alckmin deixou evidente a razão pela qual está na chapa do petista: tentar trazer os votos de setores da sociedade que torcem o nariz para Lula. Por causa disso, fez questão de enfatizar que a diferença de visões econômicas entre eles não são antagônicas, mas complementares.

"Vamos provar que não há incompatibilidade entre a prosperidade individual e uma sociedade solidária. Vamos provar que a eficiência econômica e a justiça social não são coisas opostas, não permitir que essa falsa dicotomia restrinja a política a um eterno confronto entre liberdade e igualdade", propôs.

Não à toa, Alckmin deu ênfase à atual estagnação econômica, com direito a críticas ao governo. "Esse lado é o lado dos brasileiros que sofrem; dos que perderam seu trabalho, sua renda; dos que viram suas economias desaparecerem ou diminuírem. Do lado dos brasileiros que estão inconformados com a incompetência dos que hoje conduzem o país, com a divisão social, com o reiterado desperdício de chances e oportunidades que poderiam permitir ao Brasil alcançar a sua posição de grandeza no mundo", apontou.

Alinhamento

Alckmin aproveitou para tentar acalmar setores do PT que ainda não superaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff — e que consideram que o ex-presidente Michel Temer trabalhou para derrubá-la. Deixou evidente o alinhamento com Lula ao agradecê-lo e que está na chapa com o objetivo de ajudar na construção de um eventual mandato presidencial.

"Números diferentes, quando somados, não diminuem de valor. Pelo contrário, elevam a sua grandeza. Essa lógica aplica-se também à política. Disputas fazem parte do processo democrático. Mas, acima das disputas, algo mais urgente e relevante se impõe: a defesa da própria democracia", observou.

"Pensemos nas disputas do passado e pensemos na união de hoje. O que é que mais importa? O que mais importa, eu lhes respondo, é aquilo de que o Brasil precisa", complementou.

Além de exortar os partidos que compõem a aliança em torno dele e de Lula, Alckmin disse que, caso a chapa saia vencedora das eleições de outubro, será preciso a mesma união que foi vista no lançamento, ontem, da pré-candidatura.

"É o que vemos acontecer aqui, hoje, entre PT, PSB, Solidariedade, Rede, PV, PcdoB e Psol, além de valorosas lideranças políticas, das mais diversas convicções ideológicas, que aqui comparecem, patriótica e corajosamente, independente da presença institucional de seus próprios partidos, para dar ainda mais força e representatividade à nossa união no cumprimento da nossa missão", afirmou. (VC)

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