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Bolsonaro sobre ministro: "Descortês"

Presidente reclama de Fachin por declarações a respeito de interferência de militares e afirma que magistrado vê "fantasma"

Raphael Felice
postado em 13/05/2022 00:01
 (crédito: Clauber Cleber Caetano/PR)
(crédito: Clauber Cleber Caetano/PR)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou as declarações do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, sobre as tentativas de interferência militar nas eleições de outubro. "Não sei de onde ele está tirando esse fantasma de que as Forças Armadas querem interferir no processo eleitoral", disparou o chefe do Executivo, na sua live semanal.

Bolsonaro argumentou que a participação dos militares na Comissão de Transparência das Eleições (CTE) foi um convite do próprio TSE, feito pelo então presidente da Corte, Luís Roberto Barroso. "As Forças Armadas não estão se metendo nas eleições. Elas foram convidadas por uma portaria do então presidente Barroso", frisou. "Agora, o senhor (Fachin) é presidente e tem poder para revogar a portaria. Não estou pedindo para o senhor fazer isso não, mas pode revogar. Enquanto a portaria estiver em vigor, as Forças Armadas foram convidadas. E eu, como chefe das Forças Armadas. determinei que prossigam nessa missão (de fiscalização)."

O chefe do Executivo classificou as declarações do ministro como descortesia. "A gente não entende essa maneira de o senhor falar, se referir às Forças Armadas. Ninguém quer impor nada, atacar as urnas eletrônicas, atacar a democracia. Ninguém está incorrendo em atos antidemocráticos", sustentou. "Por favor, não se refira dessa forma às Forças Armadas. Sou capitão do Exército, me coloco como militar, e é uma forma extremamente descortês de se dirigir a uma instituição que presta, em várias áreas, excelentes serviços ao Brasil, sem ataques à democracia. As Forças Armadas cumprem seu papel."

Por fim, Bolsonaro disse que a transparência das eleições é "questão de segurança nacional" e disse que ninguém quer ter dúvidas de que um candidato "venceu ou foi derrotado" ao término do pleito.

Mais cedo, num evento em Pariquera-Açú, no Vale do Ribeira (SP), Bolsonaro disse que assumia a responsabilidade pela carestia no país. "O Brasil está tendo inflação, aumento de combustíveis. Sei disso e assumo a minha responsabilidade", declarou, um dia depois de demitir o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e nomear para o cargo o economista Adolfo Sachsida (leia mais na página 7).

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