Movimentos coordenados

Correio Braziliense
postado em 15/05/2022 00:01
 (crédito: pacifico)
(crédito: pacifico)

O pé no freio que Elon Musk deu em seu acordo para compra do Twitter está diretamente relacionado às apurações internacionais de ameaças à democracia nas redes sociais e interferência externa nas eleições, contam à coluna diplomatas brasileiros que não são nem bolsonaristas nem lulistas. Em 2017, França e Alemanha denunciaram essa tentativa de interferência externa em suas eleições, situação lembrada inclusive pelo ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Sérgio Etchegoyen, em entrevista ao UOL, ao se referir ao convite às Forças Armadas para acompanhar o processo. "O convite feito às Forças Armadas teria sido um erro se fosse exclusivo. A liberdade para escolher seus dirigentes e representantes também é soberania, e um dos riscos às eleições, já levantado em 2018, é o de interferência externa, como sofreram e denunciaram França e Alemanha nas suas eleições de 2017. Apenas as Forças Armadas têm meios de enfrentar esta ameaça", afirmou. É por aí que se dará o diálogo entre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e as Forças Armadas.

A tendência é que essas investigações em curso lá fora desembarquem com força no Brasil, por causa do processo eleitoral e muitas redes sociais já estão se precavendo. O Telegram, por exemplo, suspendeu há alguns dias o "super grupo B-38 oficial", de bolsonaristas, por postagens com conteúdo ilegal, segundo a plataforma. A ideia é que essa suspensão sirva de exemplo e aviso do que pode vir pela frente.

Joga aqui, acerta ali

A fala do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em defesa do sistema eleitoral e da urna eletrônica, foi vista como uma forma de "piscar" para a esquerda. A avaliação de amigos do alagoano é a de que, se o presidente Jair Bolsonaro (PL) não conseguir se reeleger, Lira precisará criar pontes com o petismo para tentar garantir mais dois anos como presidente da Câmara.

Esquece

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou Lira de "imperador", num sinal claro de que não tem conversa. Embora o ex-presidente seja pragmático do ponto de vista da relação política, o PT já disse com todas as letras que, se Lula for eleito, o partido não apoiará Arthur Lira.

Pressão para o TCU

Três candidatos à vaga de ministro do Tribunal de Contas da União pressionam Arthur Lira para que a eleição seja em junho. Soraia Santos (PL-RJ), Jonathan de Jesus (Republicanos-RR) e Hugo Leal (PSD-RJ). Correm por fora Fabio Ramalho (MDB-MG) e Danilo Forte (União Brasil-CE).

O segundo turno já começou

A campanha oficial só entra em cena a partir de agosto, mas o que se viu ao longo da última semana foi um movimento em direção ao ex-presidente Lula ou ao presidente Jair Bolsonaro, como se o segundo turno fosse na semana que vem. Quem mais sofreu foi o PDT, pressionado a desistir da candidatura de Ciro Gomes. Chegou ao ponto de Carlos Lupi, presidente do partido, vir a público para dizer que não tem conversa e a candidatura está mantida.

E os tucanos, hein?

A briga interna não arrefece. "Estamos dentro de uma camisa de força. Oficialmente, ele (João Doria) é o candidato do PSDB", diz o senador Tasso Jereissati (CE). Ao jornalista Mário Sérgio Conti, Tasso menciona três cenários para o partido: Doria desistir e o PSDB buscar um candidato. Os partidos fecharem com Simone Tebet (MDB), que não é consenso, mas não tem rejeição. "A terceira é ir com João Doria e seja o que Deus quiser".

A volta dos Alves I/ Afastado da política desde que cumpriu pena acusado de corrupção, o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PSB) disputará um mandato de deputado federal.

A volta dos Alves II/ Ele concorrerá contra o primo, o ex-senador Garibaldi Alves (MDB), candidato a deputado federal. Garibaldi perdeu em 2018, quando tentou a reeleição para o Senado.

Um debate especial/ Live imperdível para a próxima quarta-feira, às 19h, sobre guerra na Ucrânia: Impactos na geopolítica global e no Brasil. O debate reunirá dois ex-ministros da Defesa, Raul Jungmann (foto) e o general Fernando Azevedo e Silva, estrategistas militares, como o ex-ministro do GSI general Sérgio Etchegoyen, o coronel Paulo da Silva Gomes Filho; e, ainda, o economista Mansueto Almeida, do BTG Pactual, e o cientista político Hussein Kalout, pesquisador da Universidade de Harvard.

Um dia especial/ O artista plástico Carlos Bracher tem encontro marcado nesta terça-feira com um grupo de 80 alunos cegos e surdos, da rede oficial de educação do Governo do Distrito Federal (GDF). Bracher fará com eles uma oficina "Cores e Arte", ao ar livre, para pintura de dois quadros em homenagem a datas históricas do país. Pela manhã, um sobre os 200 anos da Independência. À tarde, outro sobre os 62 anos de Brasília. Bracher já pintou o STF em plena praça dos Três Poderes.

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