CURTIDAS

Correio Braziliense
postado em 20/05/2022 00:01

Por que Simone Tebet?

Na próxima terça-feira, MDB e Cidadania apresentarão a senadora Simone Tebet (MDB-MS) como o nome de consenso para representar a terceira via. "Ou criamos um fato novo, ou não adianta. E Tebet é um fato novo. Além disso, pode resgatar o MDB, não como partido, mas como movimento democrático, algo que o Lula tentou e não conseguiu. Ele só reuniu parte da esquerda", avalia o presidente do Cidadania, Roberto Freire, que esteve naquele movimento do início dos anos 80, em que o país saiu da ditadura militar.

"Queremos, agora, um movimento para fazer história, não mais para derrubar a ditadura, mas para garantir a democracia que conquistamos lá atrás", disse Freire.

Foi o MDB o principal indutor da reconstrução democrática, ao pavimentar a vitória de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral — algo que, aliás, o PT foi contra.

E, nesse cenário, resta o PSDB para fazer o anúncio oficial. No ninho tucano, João Doria é o pré-candidato, mas a onda agora, dizem outros interlocutores, essa escolha chegou ao momento que a decisão está tomada e caberá ao PSDB pegar ou largar. A avaliação interna é a de que a bandeira da vacina empreendida por Doria não pegou e a pandemia não será o principal mote da campanha presidencial.

Para completar, Tebet também tem em mãos o discurso das menores taxas de inflação e de juros entregue por um presidente da República ao seu sucessor em 10 anos. Esse, aliás, é o discurso que os defensores de uma recandidatura de Michel Temer têm feito para atrair simpatizantes. Como Simone e Temer são do mesmo partido, ela herdará esse tema.

Se tudo der errado, ele estará no banco de reservas. Se tudo der certo, o ex-presidente se prontificou a ajudar no diálogo com todos os setores.

Eletrobras na campanha

Que ninguém se surpreenda se o presidente Jair Bolsonaro (PL) começar a disseminar o discurso de que o "PT atrapalha o país". E o mote para isso será a privatização da Eletrobras, que o governo pretende concluir até junho. O PT é contra e Lula já avisou que pode rever qualquer privatização da companhia, caso seja eleito. Já o PT dirá que Bolsonaro vende o Brasil a preço de banana.

Eles nem ligam

Até aqui, Lula e Bolsonaro tratam a terceira via como carta fora do baralho eleitoral. Seja Tebet, Doria ou quem mais chegar, o presidente e o ex-presidente concentram desde já a pré-campanha em atacar um ao outro.

Por falar em Doria...

A ideia até aqui é brigar para ser candidato, nem que seja na Justiça. A avaliação dos aliados de Doria é de que, embora tenha uma rejeição maior do que a de Tebet, ele reúne as mesmas chances de chegar ao segundo turno. A pressão para que desista e apoie a senadora será intensa na reunião da executiva nacional do PSDB, na terça-feira.

O discurso de Bolsonaro está pronto

O presidente considera que não há o que mudar no discurso eleitoral. No social, a ordem é disseminar que o Auxílio Brasil é melhor que o antigo Bolsa Família, porque quem consegue emprego não perde o benefício. Seu governo conta, ainda, um programa especial para as mulheres, com cursos que vão chegar agora aos municípios.

Casamento entrou na campanha/ Bolsonaro aproveitou a live para dizer que Lula não chamou quilombolas nem pessoas pobres para o casamento com a socióloga Rosângela Silva. "Ele diz que é pobre, mas gosta é do capitalismo", comentou Bolsonaro.

Tem que ser zen/ O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que tem uma paciência de Jó com os oradores, não escondia a sua irritação durante a votação dos destaques do projeto do homeschooling. Quando a deputada Érika Kokay (PT-DF, foto) colocava suas preocupações sobre o projeto e sacava dispositivos regimentais para defender seu ponto de vista, eis que Lira solta: "Minha nossa senhora...".

Leitura obrigatória.../ O livro Eleições Municipais na Pandemia, dos professores Antonio Lavareda (Ipespe) e Helcimara Telles (UFMG), vem no momento certo para ajudar os interessados a analisar o presente e projetar cenários futuros. A obra foi lançada ontem, no último dia do seminário internacional "Desafios e metodologias na democracia contemporânea", promovido pela Associação Brasileira dos Pesquisadores Eleitorais (Abrapel).

... para quem gosta de política/ Os 11 capítulos tentam destrinchar o impacto da "antipolítica", da radicalização ideológica e da agenda identitária (movimento negro, feminista, LGBTQIA ), numa eleição diferente de todas, realizada em plena crise sanitária.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags