Com 25 mortos e seis feridos, a operação da Polícia Militar realizada na Vila Cruzeiro, zona norte do Rio de Janeiro, é considerada a segunda mais sangrenta do estado. De acordo com a polícia do Rio, ao menos 15 dos mortos eram suspeitos de integrar o tráfico de drogas. Uma vítima era uma moradora, outra foi atingida por uma bala perdida dentro de casa. O restante ainda não teve a identidade divulgada.
A PM sustenta que a operação estava sendo planejada há meses, mas foi deflagrada de forma emergencial para impedir uma suposta migração dos traficantes para a Rocinha. A Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal (PRF) também foram acionadas para ajudar na ação. Segundo as corporações, além dos criminosos do Rio, havia traficantes vindos do Amazonas, Alagoas e Pará.
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), se reuniu ontem com o procurador de Justiça do Rio (MPRJ), Luciano Mattos de Souza, para discutir a operação. Em nota, o STF informou que o ministro demonstrou "preocupação" com a força-tarefa policial.
Presidenciáveis comentaram o episódio. O presidente Jair Bolsonaro (PL) elogiou a operação. "Parabéns aos guerreiros do Bope e da Polícia Militar do Rio de Janeiro, que neutralizaram pelo menos 20 marginais ligados ao narcotráfico em confronto, após serem atacados a tiros durante operação contra líderes de facção criminosa", disse via Twitter.
A pré-candidata do MDB, senadora Simone Tebet (MS), disse que a ação foi "um massacre" e pediu mais preparo para os agentes que vão participar de operações desse nível. "O policial deve ser acolhido, não pode ser educado para atirar antes de perguntar", afirmou.
Ciro Gomes, pré-candidato do PDT, chamou a operação de "chacina". "Será que esse é o único caminho para reprimir a bandidagem, que infelizmente tomou conta das periferias no Brasil?", disse.
(*Estagiárias sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza)
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