judiciário

Tempo feio na sessão do MPF

Procurador Augusto Aras e subprocurador Nívio de Freitas se estranham durante debate e por pouco não trocam tapas

A sessão de ontem do Conselho Superior do Ministério Público Federal por pouco não termina em pancadaria entre o procurador-geral da República, Augusto Aras, e o subprocurador Nívio de Freitas. A sessão estava sendo transmitida ao vivo e precisou ser suspensa assim que o PGR partiu para cima do colega. Antes da interrupção, é possível ver um dos seguranças correndo na direção dos dois para apartá-los.

A sessão discutia a eleição de membros para as câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal — responsáveis pela orientação de áreas como, por exemplo, combate à corrupção e direitos indígenas. Freitas e Aras começaram a se estranhar porque um aliado do PGR, Joaquim Barros Dias, não estava inscrito para uma vaga na 4ª Câmara de Coordenação e Revisão.

Subida de tom

Aras, porém, defendeu que ele poderia ser votado mesmo assim. Os subprocuradores discordaram e começou o bate-boca. Antes que o trabalho prosseguisse, o PGR foi interpelado por um pedido de Freitas para que o autorizasse a sustentar o seu ponto de vista sobre o tema em análise.

"Posso sustentar meu ponto de vista, presidente?", pediu o subprocurador. Aras respondeu: "Pode. Eu só não posso admitir aqui essa bagunça que o colega…" — nesse momento, o procurador foi interrompido mais uma vez por Freitas, que acusou Aras de ter interrompido outro conselheiro e completou: "Vossa Excelência também interferiu quando o colega estava falando", disse Freitas, referindo-se ao subprocurador Nicolao Dino. E completou: "Se vossa excelência quer respeito, me respeite também".

Aras retrucou: "Vossa excelência não é digno de respeito". Freitas se exaltou e foi quando o PGR socou a mesa, se levantou e seguiu na direção do subprocurador. A corregedora-geral, Célia Delgado, se colocou entre os colegas para evitar que houvesse agressão física. Durante os momentos de tensão, ela pediu aos conselheiros que retomassem seus assentos para prosseguimento da sessão.

O Correio entrou em contato com a PGR para esclarecimento sobre o episódio, mas até o fechamento desta edição não houve resposta.