O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de "vagal da República" em publicação no Twitter ontem. Ao postar uma ilustração do chefe do Executivo pilotando uma moto aquática, o petista disse que "não sobra muito tempo para Bolsonaro trabalhar" porque ele se dedica a atividades que não são relativas ao mandato.
"Média de 3,6 horas trabalhadas por dia e dezenas de folgas autoconcedidas. Entre jogos de futebol, viagens para lazer e passeios de jet-ski, não sobra muito tempo para Bolsonaro trabalhar", ressaltou Lula ao comentar uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo que fala sobre o lazer do presidente.
A imagem ainda traz termos como fome, desemprego, desabastecimento, inflação e carestia para acusar Bolsonaro de não se concentrar nos reais problemas do país.
Lula também foi alvo de críticas ontem. O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou que o petista busca eliminar direitos dos trabalhadores ao defender a revogação da reforma trabalhista, aprovada em 2017 na gestão do emedebista.
Temer disse, ainda, que a pré-campanha de Lula deixou de abordar o assunto "porque não seria uma coisa boa para o trabalhador". Em abril, o PT aprovou a sugestão de revogação da reforma trabalhista na proposta de programa apresentado ao PV e ao PCdoB para a formação de uma federação partidária — avalizada, em maio, pela Justiça Eleitoral.
O uso do termo "revogação" está alinhado ao discurso de aliados mais à esquerda, como o PSol, que cobra do PT o compromisso de propor a revogação das reformas trabalhista e previdenciária, além do teto de gastos, também aprovado no governo Temer.
Segundo o ex-presidente, âncora fiscal é "medida popular, e não populista". "As medidas populistas ganham aplauso hoje para serem vaiadas amanhã. As medidas populares não são compreendidas hoje e aplaudidas amanhã", afirmou Temer, na Conferência Internacional da Liberdade, promovida pelo Instituto Liberal, em parceria com a Rede Liberdade.
Lula tem dito que não dará continuidade à política de teto de gastos. Recentemente, declarou que a medida favorece banqueiros "gananciosos", além de ser um mecanismo das "elites econômica e política" para evitar investimentos em políticas públicas para a população.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), pré-candidato à reeleição, também já admitiu que pode rever as regras do teto de gastos em caso de novo mandato.
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Chicoteado
Para Temer, existe hoje um movimento de desvalorização da classe política e, em muitos casos, o Congresso Nacional é "chicoteado". Ex-presidente da Câmara dos Deputados, o emedebista afirmou que os políticos precisam recuperar a imagem para que o Brasil avance.
Ele disse, também, que os termos "esquerda, direita e centro" são "teses eleitoreiras". "Pergunte para quem está passando fome se é de centro, de esquerda ou de direita. O povo quer é resultado", afirmou.
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