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Sabatina do Correio: Marçal indica economia como 'teoria imaginativa'

"Se a pessoa não for um ponto de ativação em renda, vai ficar sempre esperando para repartir o bolo", indicou o pré-candidato

O pré-candidato do Pros à Presidência da República, Pablo Marçal, afirmou que a economia é "uma teoria imaginativa" e que para criar empregos é preciso "ativar as pessoas". "Quando se fala em mudar a economia, isso fica só no papel, você não muda nada. A gente tem de fazer uma escalada social. O que Luiz (Inácio Lula da Silva) fez? Tirou milhões da pobreza. Na verdade foram trilhões. (...) O Brasil é uma locomotiva e está parado no tempo por ideologia. O capitalismo é o melhor sistema do mundo só que não tem vaga para todo mundo, e ponto final", disse.

Segundo ele, é preciso "ativar as pessoas", caso contrário, estarão em "um buraco sem fim", que é a distribuição de renda. "Se a pessoa não for um ponto de ativação em renda, vai ficar sempre esperando para repartir o bolo", disse.

A proposta dele é mudar o pensamento brasileiro sobre a capacitação. "Emprego se gera com empresa. No Brasil, são abertas 1,4 milhão de empresas por ano, só que, até o terceiro ano após a abertura, 87% delas se fecham. Isso não faz sentido", ressaltou. "A gente não tem cultura na educação, ensina as pessoas a ter uma profissão. Coloca 13 anos de ensino para ela pegar o diploma de graduação e enfiar no Uber", criticou.

Em meio à polêmica sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 206/19, que estabelece a cobrança de mensalidade nas universidades públicas — em tramitação na Câmara —, Marçal afirmou ser a favor da proposta. "Sou filho de escola pública, mas não passei na federal pelo ensino na escola pública. Não passei na federal porque, como competir com as pessoas que têm dinheiro para pagar cursinho? Se o rico quer estudar na faculdade pública, que ajude a pagar", destacou.

Na proposta para a educação, Marçal apontou que o ensino médio tem de ser transformado "em uma rampa", que deve ser apontada em três direções: graduação, virtualização e "empresarização", pois, segundo ele, "não é correto gastar bilhões em dinheiro público para alguém escolher uma profissão". "Se a pessoa não quiser ir para o ensino superior, tem que lateralizar o ensino médio."

Ao ser questionado sobre privatizações, o postulante ao Planalto frisou existir um "gigantismo estatal". Citou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por ter vendido a Vale do Rio Doce — que, na opinião dele, foi "doada" — por R$ 3 bilhões, e hoje o valor superaria os trilhões. "O mundo olha para a gente e nos vê como a república das bananas, porque a gente vende nossa commodity a preço de banana", reprovou.

Ele defendeu fragmentar a Petrobras "em pequenas e médias empresas". "Não precisa vender para o capital estrangeiro, mas a gente precisa quebrar esse monopólio", frisou. "Você vai aos Estados Unidos, e o litro do combustível convertido hoje está em R$ 5. Aqui, está chegando a R$ 10, e este é um país quase autossuficiente. Se a gente não quebrar essa questão do monopólio, vai ter um problema."

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