A operação que abalou a política

A Lava-Jato teve início em 17 de março de 2014 e visava, inicialmente, revelar um esquema de lavagem de dinheiro, suspeito de movimentar R$ 10 bilhões. Com o andamento das investigações, a força-tarefa revelou um amplo esquema de corrupção na Petrobras. Ao longo dos anos, 298 ordens de prisão foram emitidas.

O início

A operação começou em um posto de gasolina em Brasília, no Setor Hoteleiro Sul. Lá, ficava uma casa de câmbio que operava dólares de maneira clandestina. Empresas e políticos foram denunciados por fazerem parte do esquema. Empresas de grande porte combinavam o preço das licitações, superfaturando os valores. Parte do dinheiro excedente era encaminhada para executivos e operadores do esquema.

A dupla
Sergio Moro: O nome do ex-juiz se tornou conhecido nacionalmente por comandar, na 13ª Vara Federal de Curitiba, os julgamentos dos crimes da Operação, envolvendo políticos e empresas como a Petrobras e a Odebrecht. Recentemente, Moro tornou-se réu em uma ação popular ajuizada por representantes do Partido dos Trabalhadores (PT). A ação questiona a atuação dele na condução da Lava-Jato.

Deltan Dallagnol: Foi procurador da República de 2003 a 2021 e ganhou notoriedade por integrar e coordenar a força-tarefa da Operação até setembro de 2020. Chegou a ser alvo de um procedimento de reclamação disciplinar no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) instaurado em junho de 2019. Posteriormente, a investigação foi arquivada. Em novembro do ano passado, deixou o Ministério Público Federal, após 18 anos de atuação.

Principais investigados

Luiz Inácio Lula da Silva - O ex-presidente foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na ação penal envolvendo um triplex no Guarujá. Na segunda instância, a pena foi aumentada para 12 anos e um mês. Conforme a denúncia, R$ 3,7 milhões em propinas teriam sido pagas a Lula. O petista ficou preso de abril de 2018 a novembro de 2019. A reclusão o tirou da corrida presidencial em 2018. Lula teve as sentenças anuladas posteriormente pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Renan Calheiros - O senador tornou-se réu em 2019, por suposta prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Renan foi citado por envolvidos no esquema durante as delações premiadas. Renan responde a nove inquéritos relacionados à Lava-Jato no STF. Parte deles já foi anulada.

Eduardo Cunha - O ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha foi condenado a 15 anos e 11 meses de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro na Lava-Jato no Paraná. Ele foi preso em 2016 e solto em 2021, e agora tenta reverter a cassação do seu mandato na Câmara, que o deixou inelegível até 2024. 

Sérgio Cabral - O ex-governador do Rio de Janeiro acumula dezenas de processos relativos à Operação Lava-Jato. Juntas, as penas impostas a Cabral chegam a 400 anos de prisão. As acusações contra o ex-governador correm na Justiça Federal do Rio de Janeiro e do Paraná. Cabral está preso no complexo penitenciário de Bangu, para onde foi transferido após denúncias de mordomias em presídio em Niterói.