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A defasagem da gasolina e do diesel segue em alta no Brasil em junho, com exceção do mercado baiano. Desde o primeiro dia deste mês, os dois combustíveis registram diferenças de dois dígitos em relação ao Golfo do México, o que aumenta a pressão para que a Petrobras eleve os preços nas refinarias.

De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem média da gasolina é de 17% e do diesel, 16%, taxas amenizadas pelo fato da Refinaria de Mataripe, na Bahia — do fundo de investimento árabe Mubadala — realizar reajustes semanais, ao contrário da Petrobras, dominante no segmento de refino.

Na estatal, as defasagens chegam a 20%, no caso da gasolina, e 19% no caso do diesel. Na Bahia, a diferença de preços com o mercado internacional é de apenas 4% e 3%, respectivamente.

Se a Petrobras quiser alinhar, hoje, seus preços com o mercado internacional, segundo a Abicom, teria de elevar o litro da gasolina em R$ 0,82, e do diesel, em R$ 0,95, se levada em conta a defasagem média.

A Acelen, braço do fundo Mubalada que controla a Refinaria de Mataripe, aumentou a gasolina em torno dos 5%, na última sexta-feira, e o diesel, entre 7,8% e 7,9%.

Exoneração

O secretário-adjunto de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (SPG) do Ministério de Minas e Energia (MME), Pietro Mendes, informou ter sido exonerado, ontem, pelo ministro Adolfo Sachsida. Segundo comunicado divulgado por ele, a demissão teria ocorrido por causa de entrevista ao Valor e por declarações dadas em um simpósio do setor, na semana passada, nas quais ele explicou como deve ser o diferencial tributário para os biocombustíveis, na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que versa sobre o setor de renováveis no pacote que tramita no Congresso.

"Comunico que fui exonerado pelo ministro Adolfo Sachsida, na data de hoje (ontem), em função da entrevista. Entendo que não falei nada demais, mas não cabe essa discussão. Faz parte da dinâmica de quem aceita os cargos de livre nomeação/exoneração", relatou Mendes na mensagem. "Foi muito bom ter feito parte da família da SPG. Fizemos muitas coisas em conjunto, e agradeço demais a parceria ao longo desse tempo."

Nas declarações na semana passada, Mendes avaliou que o diferencial tributário entre renováveis e fósseis e o teto da alíquota dos biocombustíveis seria inferior ao dos derivados do petróleo. "São medidas estruturantes, que têm de vir para racionalizar a tributação", avaliou,durante simpósio organizado pela União Nacional de Bionenergia (Udop), em Campo Grande.