Críticas de deputados

A Petrobras foi o tema principal dos discursos no plenário da Câmara na sessão de ontem, data da renúncia do presidente da estatal, José Mauro Coelho, após críticas sobre o sucessivo aumento de preços dos combustíveis.

Diversos parlamentares criticaram a política de preços da Petrobras atrelada aos praticados no exterior, o chamado preço de paridade de importação (PPI), e a atuação do governo federal, que tem voto majoritário no conselho da estatal e é responsável pela indicação do presidente da Petrobras.

O deputado Enio Verri (PT-PR) avaliou que a saída de Mauro Coelho não vai afetar a decisão de subir os preços nas bombas. "O preço do combustível hoje não está ligado de maneira nenhuma à administração da Petrobras. A política de preços de paridade internacional nada mais é do que uma política indicada pelo presidente da República e pelo seu ministro da Economia, Paulo Guedes", criticou.

O deputado Célio Moura (PT-TO) disse que os parlamentares já sabiam que projetos votados no Congresso para diminuir impostos dos combustíveis não teriam efeito no valor ao consumidor diante da política de preços. "Mesmo votando a favor, sabíamos que baixar os impostos dos estados não iria funcionar", declarou.

O deputado Fábio Trad (PSD-MS) afirmou que o governo é o responsável pela crise. "Quem escolhe o presidente da empresa e a maioria do conselho deliberativo é a Presidência da República. Portanto, de nada adianta mudar o presidente da estatal, mudar a maioria do conselho deliberativo. É preciso mudar a política da formação de preços dos combustíveis", disse. (Agência Câmara)