Na mira, denúncias contra Bolsonaro

Cristiane Noberto
postado em 05/07/2022 00:01
 (crédito:  Agencia Senado)
(crédito: Agencia Senado)

A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que ouça Roberto Castello Branco, ex-presidente da Petrobras, e Rubem Novaes, ex-presidente do Banco do Brasil, sobre mensagens que, supostamente, incriminam o presidente Jair Bolsonaro (PL).

A procuradora atende, em parte, à manifestação do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O parlamentar pediu o confisco do telefone funcional de Castello Branco para ser periciado. O ex-presidente da Petrobras teria revelado, numa troca de mensagens, uma suposta tentativa de Bolsonaro de interferir na estatal.

Lindôra afirmou não haver "convicção ministerial suficiente para a instauração da investigação pleiteada". Mesmo assim, disse ser necessário o esclarecimento do caso. Ela pede ao STF que Castello Branco seja questionado a respeito de datas, circunstâncias e contextos das mensagens encaminhadas ou recebidas, bem como sobre o motivo de não ter recorrido às autoridades competentes na primeira oportunidade.

Para Rubem Novaes, a oitiva deve abordar o histórico de contato com o ex-presidente da estatal, a natureza da conversa e os supostos fatos e tipos de crimes descritos por Castello Branco.

Lindôra ainda destacou que um dos motivos para as oitivas é fato de o suposto diálogo revelado não ter sido negado por nenhum dos dois. "Para melhor compreender os fatos trazidos aos autos, faz-se necessária a prestação de informações complementares, a fim de formar um acervo minimamente seguro para o posicionamento do Ministério Público a respeito da possibilidade de instauração de uma investigação criminal com alguma plausibilidade probatória e empiricamente justificável", escreveu.

Declarações

Conforme noticiou Valdo Cruz, em seu blog no G1, as mensagens nas quais Castello Branco acusa Bolsonaro de interferência foram publicadas em um grupo de aplicativo intitulado "Economistas do Brasil". Lá, ele afirmou: "No meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que podem incriminá-lo. Fiz questão de devolver intacto para a Petrobras".

Castello Branco havia sido questionado por Novaes, no grupo, sobre desavenças com o presidente. "Se eu quisesse atacar Bolsonaro, não foi e não é por falta de oportunidade. Toda vez que ele produz uma crise, com perdas de bilhões de dólares para seus acionistas (Petrobras), sou insistentemente convidado pela mídia para dar minha opinião. Não aceito 90% deles (convites) e, quando falo, procuro evitar ataques", escreveu.

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