Eleições

PSD anuncia apoio a Tarcísio de Freitas e UB fecha com Rodrigo Garcia

União Brasil juntou forças com o atual governador de Sâo Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), cobrando, porém, a vaga de vice na chapa

Tainá Andrade
Victor Correia
postado em 08/07/2022 06:00
 (crédito: Alan santos/PR)
(crédito: Alan santos/PR)

Duas importantes alianças se tornaram oficiais, ontem, no maior colégio eleitoral do país, São Paulo. Na sede paulista do partido, o PSD anunciou apoio ao pré-candidato ao governo no estado e ex-ministro da infraestrutura do governo de Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio de Freitas (Republicanos). Paralelamente, o União Brasil juntou forças com o atual governador do estado, Rodrigo Garcia (PSDB), cobrando, porém, a vaga de vice na chapa. A formalização será feita amanhã, com a presença do pré-candidato à presidência, Luciano Bivar (União).

Os anúncios se somam à saída de Márcio França (PSB) da corrida para o Palácio dos Bandeirantes. O que ainda impede a decisão de França é a federação em torno do candidato para o Senado Federal. Isso porque o PT quer que França concorra a essa vaga legislativa, mas o PSol reivindica lançar um candidato avulso. A exigência é de que o PSol seja realocado para o lugar de vice de Haddad.

No cenário atual, a disputa se encaminha para uma briga entre Tarcísio e Rodrigo pelo segundo turno contra o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), que até agora lidera as pesquisas com 34%. Fortalecidos, e com apoio de grandes partidos, ambos estão confiantes de que podem ameaçar o petista no final de outubro.

A decisão do PSD ocorreu após negociação, em paralelo, com o Republicanos e com o próprio PT. Por causa de seu arsenal político, o partido de Kassab é um dos alvos prioritários do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tentou negociar um apoio nacional. Nos bastidores, é sabido que Kassab articulava outra opção para São Paulo.

Interlocutores do PSB informaram que uma proposta feita pelo PT estaria em análise pelo PSD, o que justificaria a saída de Márcio França da disputa ao Palácio dos Bandeirantes. A motivação para isso seria um convite para França assumir um ministério em um eventual governo Lula. Dessa forma, a configuração seria de que o pessedebista concorreria ao Senado Federal, tendo como primeiro suplente Kassab. Ao assumir uma pasta, o presidente nacional do PSD se tornaria senador.

O presidente pessedista, porém, apesar da boa relação com Lula, faz os cálculos políticos por estado. "As questões estaduais estão desvinculadas da questão nacional", declarou Kassab na reunião de ontem. Na disputa ao Planalto, o pessedista já declarou publicamente que não apoiará a reeleição de Bolsonaro.

Em São Paulo, porém, escolheu o candidato fortemente ligado ao presidente. Interlocutores do partido afirmam que essa será uma disputa "de bancadas", pois o interesse maior é em garantir apoio para eleger deputados federais para a próxima legislatura. Essa seria uma sinalização da estratégia adotada por Kassab.

Tarcísio, inclusive, agradeceu a Deus em seu discurso, bem como a Bolsonaro, classificando como "mais do que um chefe, um amigo". O apoio do chefe do Executivo foi citado por Kassab, indiretamente, como um grande fator em sua decisão. O pessedista citou pesquisa Genial/Quaest divulgada ontem como justificativa.

O levantamento aponta que, ligado ao nome do presidente, Tarcísio pode subir 15% nas intenções de voto, alcançando um total de 28%. Já Haddad, ligado ao nome de Lula, sobe apenas um ponto: de 38% para 39%. "Portanto, a pesquisa hoje em São Paulo é Haddad 39%, Tarcísio 28%, e Rodrigo 17%. Essa é a pesquisa real", argumentou Kassab.

Vaga de vice

Por sua vez, apoio do União Brasil a Rodrigo Garcia, já esperado, torna sua candidatura tão viável quanto a de Tarcísio, especialmente após o crescimento do tucano nas pesquisas. A candidatura, inicialmente, era considerada pouco competitiva, mas agora ele está empatado com Tarcísio e tem apoio do partido com maior parcela do fundo eleitoral.

Na nota divulgada ontem, porém, o União frisou que quer escolher o vice na chapa como contrapartida ao apoio. "Após longo período de conversas, o União Brasil e o PSDB chegam a um acordo para as eleições estaduais. O União Brasil vai apoiar a reeleição de Rodrigo e discutirá o nome de vice na chapa". A vaga, porém, já está prometida ao MDB, que defende o nome do ex-tucano Edson Aparecido (MDB). Por sua vez, o partido de Luciano Bivar quer o ex-ministro da Economia Henrique Meirelles (União) como vice.

A nota também confirma a participação de Garcia em reunião do União Brasil no sábado. "O evento também vai marcar o apoio de Rodrigo Garcia a Bivar como candidato a presidente em São Paulo", diz o documento. Garcia já anunciou publicamente que fará palanque tanto para a senadora Simone Tebet (MDB) quanto para Bivar.

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