Líderes hoje são coadjuvantes

Correio Braziliense
postado em 08/07/2022 00:01

Nos tempos dos governos de Fernando Henrique Cardoso e de Lula, seria normal os líderes do governo emprestarem seus gabinetes para que os ministros políticos recebessem os deputados e cabalassem votos em favor das propostas governamentais. Essas situações hoje são raras. Por esses dias, ao longo das negociações da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia o Auxílio Brasil e cria o auxílio-caminhoneiro, quem fez esse papel foi o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ao contrário de outros governos, ninguém precisou pedir a ele que adiasse a votação da PEC. Para o bem ou para o mal, ele é o grande líder do governo.

E, embora alguns integrantes do PP fiquem constrangidos, Lira não largará essa função e trabalhará, ao longo do fim de semana, para garantir os votos em favor da PEC. Afinal, independentemente de Bolsonaro, o parlamentar quer o discurso de que aprovou e concedeu um alento maior àqueles que mais necessitam.

Arruda quer União Brasil

Liberado para concorrer a um mandato eletivo este ano, o ex-governador já começou a se movimentar. Discretamente, conversou com o líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas, que confirmou a candidatura tucana ao GDF. Manteve contatos com a cúpula nacional do União Brasil, partido que tem o senador Reguffe no papel de pré-candidato ao governo local. Arruda já foi do DEM, legenda que se juntou ao PSL para formar o União Brasil. Tem muitos amigos na sigla e recorreu a eles para sondar a respeito de uma possível aliança.

Quem tem tempo…

…não tem pressa. Arruda tem até o início de agosto para definir seu futuro político e usará esse prazo. Vale lembrar que, em 2018, Ibaneis Rocha decidiu ser candidato a governador apenas em agosto. E venceu.

São dois turnos, e ponto

O ex-presidente Lula, bastante pragmático, já avisou ao seu pessoal que pare de falar em primeiro turno. O partido sempre venceu em dois turnos e tem de se preparar para esse cenário.


Aí, não/ O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, não acreditou no que estava ouvindo quando a deputada Paula Belmonte (foto) disse que apoiaria o senador Izalci Lucas ao GDF, caso o líder tucano no Senado renunciasse ao mandato para que o primeiro suplente, Luiz Felipe Belmonte, marido dela, ocupasse a vaga. Foi ali que ela perdeu qualquer chance de fazer valer a sua vontade de levar a federação a apoiar Reguffe. Os tucanos contam que Bruno não entendeu como uma deputada de 46 mil votos fazia uma proposta dessas a um senador que obteve 406 mil e é o líder do partido.

Abriu e voou/ Na sessão mais rápida da história do Parlamento, aquela que durou um minuto, na manhã de ontem, o vice-presidente Lincoln Portela cumpriu o roteiro combinado com Arthur Lira e saiu da Câmara direto para o aeroporto, rumo a Montes Claros (MG). Estão todos focados na pré-campanha.

Aliás…/ No início da noite, quando Lira encerrou a sessão, inúmeros deputados estavam em voos pelo Brasil afora ou em compromissos de pré-campanha. Agora, o presidente da Câmara exigirá a presença em
Brasília na terça-feira.

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