Presidenciáveis condenam intolerância

Correio Braziliense
postado em 11/07/2022 00:01

Pré-candidatos à Presidência e parlamentares comentaram o assassinato do guarda municipal de Foz do Iguaçu (PR). Pelo Twitter, o ex-presidente Lula atribuiu o crime à "intolerância" inflamada pelo discurso do presidente Jair Bolsonaro. "Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda", publicou Lula, antes da confirmação de que o agressor havia sobrevivido.

O ex-presidente também pediu compreensão e solidariedade com os familiares de José da Rocha Guaranho. "Eles perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável. Pelos relatos que tenho, Guaranho não ouviu os apelos de sua família para que seguisse com a sua vida. Precisamos de democracia, diálogo, tolerância e paz", comentou.

O pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes (CE), também antes de saber que apenas Arruda havia morrido, disse que o ódio político precisa "ser contido", citando a morte de "dois pais de família" fruto de uma "guerra absurda, sem sentido e sem propósito", em comentário semelhante ao do ex-presidente Lula. "É triste, muito triste, a tragédia humana e política que tirou a vida de dois pais de família em Foz do Iguaçu. O ódio político precisa ser contido para evitar que tenhamos uma tragédia de proporções gigantescas."

A senadora e pré-candidata pelo MDB, Simone Tebet (MS), disse, em nota, que lamenta profundamente as mortes violentas em Foz do Iguaçu. "Me solidarizo com as famílias de ambos. Mas o fato é que esse tipo de situação escancara de forma cruel e dramática o quão inaceitável é o acirramento da polarização política que avança sobre o Brasil. Esse tipo de conflito nos ameaça enormemente como sociedade. É contra isso que luto e continuarei lutando."

Tebet disse ainda que tem certeza de que "nós, brasileiros, temos todas as condições de encontrar um caminho de paz, harmonia, respeito, amor e dignidade humana suficientemente sólido para reconstruir o Brasil. Que o caso de Foz do Iguaçu faça soar o alerta definitivo. Não podemos admitir demonstrações de intolerância, ódio e violência política".

O pré-candidato do Avante, deputado federal André Janones (MG), perguntou se a população vai esperar que a tragédia e a barbárie cheguem dentro de casa para combatê-la. "Essa idiotização que muitos chamam de polarização não pode prevalecer. O Brasil precisa cuidar dos seus problemas reais, não criar novos", escreveu. "Mas, e amanhã? Amanhã nós vamos esquecer como esquecemos o Genivaldo assassinado brutalmente em uma viatura? Aplaudir e agradecer agressores durante discursos em cima de palanques, como feito ontem? Nós vamos nos chocar só com o agora? Não vamos mudar essa mentalidade?", questionou.

Segundo Janones, o debate ideológico sem qualquer base racional levou à tragédia. "Ninguém vai conseguir explicar essa paixão que leva um ser humano a odiar o outro por convicções políticas diferentes. Hoje, nós vamos lamentar, desejar condolências às famílias", apontou.

O deputado federal Luciano Bivar (PE), pré-candidato pelo União Brasil, postou na sua conta do Twitter que é "indmissível onde chegamos. Esta doença 'política' contaminou nossa gente, até aqueles que amamos lá na casa da esquina".

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), declarou que "o assassinato de um cidadão, durante a comemoração de seu aniversário com a temática do candidato Lula é a materialização da intolerância política que permeia o Brasil atual e nos mostra, da pior forma possível, como é viver na barbárie". "Devemos todos, especialmente os líderes políticos, lutar para combater este ódio, que vai contra os princípios básicos da vida em família, em sociedade e em uma democracia."

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes se manifestou, pelo Twitter. Na postagem, declara que "a intolerância, a violência e o ódio são inimigos da Democracia e do desenvolvimento do Brasil. O respeito à livre escolha de cada um dos mais de 150 milhões de eleitores é sagrado e deve ser defendido por todas as autoridades no âmbito dos Três Poderes". (CN e FS)

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