Pacheco faz cobrança a Bolsonaro e Lula

Victor Correia
postado em 12/07/2022 00:01
 (crédito: Waldemir Barreto/Agência Senado)
(crédito: Waldemir Barreto/Agência Senado)

O assassinato do dirigente petista Marcelo Arruda, no sábado, repercutiu, ontem, no Congresso. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que o ataque é reflexo do momento atual e apelou para que líderes políticos e candidatos não promovam a violência.

"Essa barbaridade que aconteceu e tirou a vida de um pai de família em plena festa de aniversário, de fato, são cenas repugnantes, chocantes, é a expressão pura, infelizmente, do momento político, de muito ódio e de muita intolerância", afirmou, em entrevista coletiva. "As pessoas estão se matando, matando umas às outras por motivo ideológico, por motivo político. Isso é inaceitável."

O senador também classificou a atual violência política como um "tempo medieval em tempos modernos de rede social" e disse que os líderes políticos, especialmente os que concorrem nas eleições deste ano, têm a obrigação de promover um ambiente não violento durante a campanha.

"E me refiro ao presidente (Jair) Bolsonaro e ao presidente (Luiz Inácio) Lula (da Silva), a responsabilidade desses líderes políticos de provocar um pouco de paz neste país, que se faça uma votação com discussão de ideias, com discussão de propostas", frisou Pacheco, defendendo, ainda, que haja um aumento na segurança dos candidatos durante as eleições.

Por sua vez, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se manifestou por meio de nota. Sem citar explicitamente o caso, o deputado destacou que "a campanha eleitoral está apenas começando". "Conclamo a todos pela paz para fazer nossas escolhas políticas e votar nos projetos que acreditamos. Essa é a premissa de uma democracia plena e sólida, como a nossa".

Parlamentares da base governista criticaram a associação entre o assassinato e Bolsonaro. O policial penal Jorge José da Rocha Guaranho, que invadiu a festa de aniversário e matou Marcelo Arruda a tiros, é apoiador declarado do presidente. Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Civil sobre o caso, ele teria descido do carro armado e aos gritos de "aqui é Bolsonaro". Opositores enfatizam que os discursos do chefe do Executivo incitam a violência política, e o responsabilizam pelo atentado.

"Na linha de raciocínio que estão empregando a esse caso em Curitiba, o atentado abaixo tem nome e sobrenome. 'PT e puxadinhos'", postou o deputado federal José Medeiros (PL-MT), compartilhando um vídeo do atentado com faca a Bolsonaro em 2018, durante a campanha presidencial.

O deputado Aluisio Mendes (PSC-MA) também comentou o caso. "Nossas orações e sinceros sentimentos às famílias das vítimas do lamentável episódio violento em Foz do Iguaçu. Nada justifica a violência, e as divergências de ideias jamais podem ser maiores que a vida", ressaltou.

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