Enquanto os representantes do povo (que piada!!), em Brasília, aprovam um salário mínimo de R$ 1.294 para 2023, cerca de R$ 300 milhões — com suspeitas de fraudes — são liberados via orçamento secreto.
Amigos, de R$ 1.212 (salário mínimo atual) para R$1.294, significa menos do que 7% de aumento. Apenas a inflação oficial, prevista para este ano (IPCA), é de 8%. E nem vou falar em gás, gasolina, diesel, energia elétrica etc.
O IGPM (Índice Geral de Preços de Mercado), que se aproxima um pouco da realidade do dia a dia, subiu 15% em 2022. Nos últimos 12 meses, 37%. Já o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação dos mais pobres, acumula alta de quase 12% em um ano.
Cerca de 37 milhões de brasileiros recebem 1 salário mínimo. E 75 milhões vivem com meio salário mínimo ou até menos. Mais de 30 milhões de pessoas não se alimentam todos os dias no Brasil. A situação é simplesmente dramática.
Eu não sei como, e se soubesse me candidataria e tentaria ajudar, mas o país tem de dar um jeito nisso. Temos 67 milhões de brasileiros inadimplentes; é o maior número desde 2002. Mais de 70% das famílias estão endividadas. Como irão sair dessa enrascada com pouco mais de R$ 1.000 por mês?
A miséria e a desigualdade social são verdadeiras chagas da nossa sociedade. Bolsonaro e Lula, os dois principais candidatos à Presidência, precisam apresentar propostas e soluções concretas e factíveis para esse drama. Chega de ofensas, de acusações, de disputas para saber quem é o pior ou o mais corrupto. Brigar, mentir, prometer, enfim, nada disso irá encher a barriga dos famintos.
Como se não bastasse, o ilibadíssimo deputado Arthur Lira, do PP de Alagoas, presidente da Câmara dos Deputados e principal aliado do presidente Bolsonaro, deita e rola com sua caneta de R$ 11 bilhões do orçamento secreto. É o rei do Brasil.
Desde o início de julho, segundo brilhante matéria da revista Piauí, R$ 300 milhões foram liberados e se encontram sob suspeição. Eu disse julho, hein?, porque desde 2020 o butim chega a R$ 1,2 bilhão. E somente para o estado do Maranhão.
Há cidades nas terras do Sarney e do Lobão que passaram a receber mais de 27.000% em relação ao que recebiam antes pelo SUS. A alegação dos prefeitos é o aumento no número de atendimentos e internações hospitalares. Haja doentes!
E como desgraça pouca é bobagem, tudo isso conta com o anonimato do maravilhoso orçamento secreto. Ainda bem que acabou a corrupção no país.
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