O mistério do "assinante"
Entre as inovações desta Legislatura no quesito Orçamento, existe um tal de "assinante", um sujeito oculto que indica as emendas de relator ao Orçamento da União. Ex-vice-prefeito de Caixas, no Maranhão, o deputado Paulo Marinho Júnior, do PL, quebra a cabeça para sabe como a sua base eleitoral recebeu R$ 19,9 milhões para saúde de verba extra, sem que aparecesse o padrinho. Ele já telefonou para a maioria dos integrantes da bancada e, até agora, ninguém se apresentou. "Vou virar o mundo, mas vou descobrir", conta ele à coluna. "Alguém vai ter que dizer como isso foi feito", afirma. "A ministra Rosa Weber definiu que precisa ter autor. Esta rubrica não tem", completa.
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Na listagem de pagamentos, surge apenas o padrinho "assinante", mas não se sabe quem indicou o repasse de recursos. Na avaliação do deputado, estão inclusive enrolando a ministra do Supremo Tribunal Federal, que determinou transparência na aplicação desses recursos. Até aqui, tem mais mistérios do que se possa imaginar.
Dinheiro sem padrinho
Até aqui, foram R$ 3 bilhões do orçamento da União distribuídos em indicações nas quais consta apenas "assinante". É aí que, conforme avisam alguns, mora o perigo de desvio. Em ano eleitoral, deputado ou senador que não quer assumir que mandou dinheiro para os municípios, é sinal de que tem algo errado.
"Não fui eu"
O presidente Jair Bolsonaro trata de se distanciar do orçamento secreto. Na live da semana passada, o presidente comentou a declaração de Lula, de que o orçamento secreto é "a maior bandidagem em 200 anos", e disse inclusive que a bancada do PT votou pela derrubada do veto.
O mantra de Lula
Em todas as reuniões com o empresariado, o ex-presidente Lula tem entoado a frase de que é preciso "juntar os diferentes para vencer o antagônico". E repete que quer fazer com os empresários a mesma parceria que faz hoje com Geraldo Alckmin.
Nem tanto
Até aqui, porém, uma parte do empresariado topou. Outra parte, porém, considera que Alckmin se juntou à esquerda em vez de levar a esquerda para o centro.
Pesos & medidas/ O deputado Eduardo Bolsonaro colocou em suas redes o vídeo de uma produtora encenando um atentado ao presidente Jair Bolsonaro em uma motociata. Ao final, circula a suástica na camisa do ator. Ele completa o post com a frase: "Quantas horas Alexandre de Moraes dará para os produtores se manifestarem sobre discurso de ódio?"
Posto palanque/ Relator da PEC das Bondades e dos biocombustíveis e autor do projeto que limita a cobrança de ICMS de combustíveis e energia, o deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) tem feito vídeos para suas redes sociais nos postos de combustíveis. Depois dele, o ministro Adolfo Sachsida seguiu pelo mesmo caminho. Até o presidente Jair Bolsonaro já fez gravação em posto de gasolina.
Toda a deferência/ O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez questão de demonstrar que está tudo em paz atualmente entre ele e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) (foto). Na promulgação da emenda constitucional das bondades, (ou Eleitoral ou Kamikaze), ele foi o último a falar, o que, em solenidades oficiais, sempre cabe a quem tem o posto mais alto. No caso ali, seria o próprio Pacheco, que presidia a sessão.
Por falar em Arthur.../ Ele saía do Congresso dia desses, quando encontrou o deputado Afonso Florence (PT-BA): "Isso que você queria, nem D. Pedro", disse o presidente da Câmara, referindo-se ao pedido do deputado para que a lei fosse votada rapidamente, sem que houvesse qualquer barreira regimental. Ele busca essa aprovação há anos, mas ainda não conseguiu. A lei de cotas ficou para agosto.
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