INVESTIGAÇÃO

Justiça devolve à Polícia Civil inquérito sobre morte de petista no Paraná

Polícia Civil afirmou que não houve motivação política. Ministério Público questiona falta de perícia em celular do autor do crime

Luana Patriolino
postado em 19/07/2022 20:00 / atualizado em 19/07/2022 20:00
Segundo o Ministério Público, as apurações no celular de Guaranho podem mudar os rumos do processo -  (crédito: Divulgação)
Segundo o Ministério Público, as apurações no celular de Guaranho podem mudar os rumos do processo - (crédito: Divulgação)

O juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, devolveu à Polícia Civil o inquérito sobre o assassinato do guarda municipal Marcelo Aloizio Arruda — ocorrido em 9 de julho. A Justiça determinou novas diligências pedidas pelo Ministério Público do Paraná, como a perícia no celular do autor dos disparos que matou o tesoureiro petista.

A decisão foi publicada três dias após a conclusão do caso pela polícia. O inquérito foi finalizado em apenas cinco dias, antes da divulgação de dados contidos no celular do policial penal Jorge Guaranho, e concluiu que não há indícios que apontem crime de ódio por motivação política.

“Determino o retorno do inquérito policial à Delegacia de Polícia, via remessa off-line, para o urgente cumprimento das diligências investigativas requisitadas pelo Ministério Público, ressalvando que a aplicação do art. 16, do CPP, não afasta a observância dos exíguos prazos processuais na tramitação de inquéritos de indiciado preso”, escreveu o juiz responsável.

Segundo o Ministério Público, as apurações no celular de Guaranho podem mudar os rumos do processo. O mandado de busca e apreensão do aparelho foi cumprido um dia antes da conclusão do inquérito. As informações contidas no telefone devem auxiliar na investigação e identificar se houve participação indireta de outras pessoas no crime.

O relatório final da morte de Marcelo Aloizio foi concluído em apenas cinco dias, e sem a perícia no celular e no carro do suspeito, sem a análise das câmeras de segurança no local do crime. A delegada Camila Cecconello disse que ele atirou contra o petista por ter se sentido ofendido, pois o petista jogou terra contra o carro dele.

O PT contestou o resultado do inquérito. O partido afirmou que "imagens e depoimentos provam a motivação política do crime” e criticou a conclusão da ação em pouco tempo. “O encerramento apressado das investigações desse crime bárbaro é, acima de tudo, uma ofensa à família de Marcelo, além de um prognóstico preocupante de conivência das autoridades com os futuros episódios de violência que ameaçam as eleições deste ano", disse em manifestação.

Em nota, a Polícia Civil do Paraná disse que vai cumprir “rapidamente” as diligências. “As perícias já tinham sido requisitadas pela autoridade policial à Polícia Científica, na semana passada; por enquanto, sem previsão de conclusão”.

Marcelo Aloizio Arruda foi morto pelo policial penal Jorge Guaranho enquanto comemorava o seu aniversário de 50 anos com uma festa temática do PT. O atirador invadiu a festa gritando "aqui é Bolsonaro" e "mito" e baleou o petista.


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