Governistas: há "má vontade" com presidente

Taísa Medeiros
postado em 22/07/2022 00:01
 (crédito: Elaine Menke/Câmara do Deputados)
(crédito: Elaine Menke/Câmara do Deputados)

Aliados do presidente Jair Bolsonaro entendem como uma "relativização" as reações ao discurso do chefe do Executivo para embaixadores estrangeiros, na segunda-feira. No encontro, ele levantou dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral brasileiro e criticou o Tribunal Superior Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal (STF). Mas, para o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), "há má vontade com tudo o que o presidente faz".

O parlamentar lembrou que o ministro Edson Fachin, presidente do TSE e integrante do STF, fez uma reunião, em maio, com 68 embaixadores, na qual abordou a segurança das eleições. "Só o Supremo fala, e o resto cala a boca? Ele (Bolsonaro) reagiu a uma ação. Reagiu a uma iniciativa do Supremo, nada demais. Cada um no seu quadrado. Não é preciso criar um problema onde não existe", rebateu Barros. Na avaliação dele, o presidente tinha direito de realizar o ato, mas que, devido à "má vontade preestabelecida", foi mal interpretado.

O primeiro vice-presidente da Câmara, Lincoln Portela (PL-MG), disse que boa parte dos apoiadores de Bolsonaro "gostou do que ele falou". "Aqueles que são contrários, falaram contra. A democracia é assim. Você tem o direito de se expressar da maneira que entender que é correta, ou você pode entender que é errado. O presidente, democraticamente, demonstrou esse sentimento que ele tem de se expressar, e cada um que se expressa tem o ônus e o bônus", argumentou.

Portela classificou o tom do discurso como liberdade de expressão. "Talvez alguém diga que um estadista não diria isso. Tantos estadistas terminam assim. O que nós precisamos no Brasil é ir adiante, com diálogo e entendimento", frisou. Já o partido de Bolsonaro, o PL, informou que "não comenta" o episódio.

Redes sociais

Como a reunião foi transmitida pelo YouTube e pelo Facebook — além da emissora estatal TV Brasil —, o PDT e o PT pediram que o TSE retirasse o vídeo do ar. O YouTube, no entanto, informou, ontem, que manterá o conteúdo.

Segundo a plataforma, "não foram encontradas violações às políticas de comunidade do YouTube no vídeo em questão, postado em 18 de julho no canal Jair Bolsonaro". "Nossas equipes trabalham arduamente para garantir que tenhamos um equilíbrio entre liberdade de expressão, valor fundamental do YouTube, e a segurança das pessoas que diariamente buscam por informação na plataforma", diz a nota.

No mesmo dia da reunião, o YouTube retirou do canal do presidente um vídeo com teor semelhante. A outra publicação foi feita em julho de 2021, uma live em que o chefe do Executivo prometia provar fraudes nas eleições de 2018. Na ocasião, porém, apresentou vídeos que já haviam sido desmentidos por autoridades.

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