lei rouanet

Regina Duarte é obrigada a devolver dinheiro à União

Correio Braziliense
postado em 23/07/2022 00:01

A atriz Regina Duarte, que foi secretária especial de Cultura do governo Bolsonaro, teve recusada a prestação de contas de um projeto financiado pela Lei Rouanet. Agora, terá de devolver o valor de R$ 319,6 mil para o Fundo Nacional da Cultura.

A informação consta de uma publicação no Diário Oficial da União (DOU) da última quinta-feira. Nele, Hélio Ferraz de Oliveira, atual secretário, recusa recurso da empresa A Vida É Sonho Produções Artísticas, que pertence à atriz e seus filhos. E reprova a prestação de contas do projeto da peça Coração Bazar.

Avaliação da área técnica do então Ministério da Cultura, em 2018, havia reprovado a prestação de contas da peça, pela qual Regina tinha conseguido captar o valor de R$ 321 mil. Segundo o filho das atriz e também seu sócio, André, a rejeição se deu por um "descuido". Ele argumetou que a razão da recusa foi o fato de não apresentarem os comprovantes de que a peça não tinha cobrado ingressos nas apresentações realizadas entre 2004 e 2005, contrapartida do projeto que constava do contrato.

Convidada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para chefiar a pasta da Cultura, Regina substituiu Roberto Alvim, demitido após divulgar um vídeo em que fazia referências ao nazismo. Ela foi a quarta pessoa a assumir o cargo como secretária da área no governo.

Em uma administração repleta de falhas e que desagradou boa parte dos trabalhadores do setor cultural, Regina não conseguiu se manter por muito tempo no cargo. A atriz foi exonerada em 2020 com a garantia de Bolsonaro de que assumiria o comando na Cinemateca Brasileiro, o que jamais aconteceu — ela, inclusive, postou um vídeo nas redes sociais dizendo que tinha sido "presenteada" pelo presidente com a troca. Para substituí-la na Secretaria Especial de Cultura, foi escolhido o também ator Mário Frias, que deixou o governo em 2022.

Entrevista

Ela começou a cair depois de uma entrevista à CNN Brasil, na qual chegou até mesmo a cantarolar os versos de uma música dos tempos da ditadura militar. E deu a conversa, que era ao vivo, com o repórter por encerrada, quando trouxeram uma pergunta da também atriz Maitê Proença que, irritada, se recusou a responder.

O nome da atriz, que apoiou Bolsonaro à Presidência, surgiu mais uma vez. Regina foi a quarta secretária de Cultura do governo. Atualmente, a pasta é conduzida por Hélio Ferraz.

Em 2018, em uma entrevista, disse que o presidente tem "humor brincalhão, típico dos anos 1950, que faz brincadeiras homofóbicas, mas que são da boca pra fora, coisas de uma cultura envelhecida, ultrapassada".

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