Entrevista

José Roberto Arruda: "Estou voltando de 12 anos de um deserto"

Liberado pela Justiça e prestes a disputar vaga de deputado federal, o político do DF admite que seu desejo era o Buriti. Ele avalia o governo de Ibaneis com olhar crítico e faz rasgados elogios à mulher, Flávia Arruda, postulante ao Senado

Carlos Alexandre de Souza
Ana Dubeux
Denise Rothenburg
Ana Maria Campos
postado em 24/07/2022 07:00 / atualizado em 25/07/2022 19:48
 (crédito:   Carlos Vieira/CB/D.A Pres)
(crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Pres)

"Eu desmorri." A frase é de José Roberto Arruda, ex-governador de Brasília, que parece ter se tornado um especialista em ressuscitar politicamente. Do escândalo do painel do Senado à Caixa de Pandora, depois de idas e vindas de processos judiciais, ele foi liberado pela Justiça, até o momento, e teria cacife para disputar uma eleição majoritária. Mas não vai. Será candidato a deputado federal.

"Confesso que o meu desejo era retomar o meu governo", diz. Ele entende, porém, que não é o momento. "Estou voltando de 12 anos de um deserto. É mais racional que eu volte degrau por degrau e não queria subir de elevador. E é o que eu vou fazer."

Nessa opção, pesa a trajetória da mulher, Flávia Arruda, que vai compor a chapa do governador Ibaneis Rocha como candidata ao Senado. "A Flávia ocupou um espaço importante, inclusive para as mulheres. Ela valorizou a marca que eu tinha construído com a minha história política. Acho que a hora é dela, de disputar a majoritária. A prioridade seria ela. Embora não haja nenhum impedimento legal, de que eu fosse candidato ao governo e ela ao Senado, numa composição política suprapartidária, isso se inviabiliza."

Nesta entrevista exclusiva ao Correio, Arruda se mostra resignado ao acordo feito e selado com o aval do presidente Jair Bolsonaro e que resultou no combo Ibaneis-Celina Leão-Flávia Arruda para os cargos majoritários. E acredita que tem muito a contribuir com um novo governo Ibaneis, caso este seja reeleito.

Arruda fechou uma aliança com Ibaneis, mas se refere ao atual governo com olhar crítico. Acha que a saúde precisa melhorar, avalia como grave a quantidade de pessoas que passam fome na capital do país e discorda do modelo de privatização da CEB adotado pela atual gestão.

Sobre os embates da eleição passada, quando foi chamado de demônio por Ibaneis, afirma que as rusgas entre os dois são coisas do passado. "Quem dirige um carro olhando para o retrovisor corre o risco de bater no poste", destaca.

"O fato de Ibaneis ter retomado as minhas obras que estavam paradas havia 10 anos me dá um sinal muito positivo da sua capacidade de evoluir na gestão pública e isso é um ponto interessante para o entendimento", complementa, com um tom quase de provocação.

O acordo passa por pontos sugeridos por Arruda, de projetos iniciados em sua gestão, mas ele nega qualquer tentativa de ingerência ou indicações para um novo mandato de Ibaneis, caso a chapa seja vitoriosa. E avalia o favoritismo da reeleição do governador com cautela — "ninguém é imbatível em eleição".

"O governador é um homem inteligente. Ele tem problemas no governo dele, inclusive de rejeições, e está tendo uma oportunidade, na possibilidade de um acordo político mais amplo, de fazer ajustes no seu governo e até na sua postura pessoal", ressalta.

Na entrevista, cita pontos a aperfeiçoar. "Ele precisa melhorar a saúde urgentemente. Depois de dois anos de pandemia, as filas de cirurgia são desumanas. É preciso, por exemplo, voltar os convênios de saúde com as cidades do Entorno para começar a reduzir a pressão sobre os hospitais de Brasília. É preciso mudanças na área social. Basta parar num sinal de trânsito em Brasília e você vê quantas pessoas estão ali pedindo esmola porque estão famintas." E ensina: o governo precisa ouvir o povo.

Além disso, fala sobre o governo Bolsonaro, privatizações, um certo "ativismo" da Justiça e urnas eletrônicas.

Entrevista// José Roberto Arruda

A chapa Ibaneis, Celina, Flávia ao Senado e o senhor para deputado está consolidada ou algo pode mudar até 5 de agosto?

Creio que está consolidada, porque foi um entendimento feito sob a liderança do presidente da República, que gostaria de ter a composição mais ampla dentro do nosso campo político. É claro que o presidente está tentando isso em todos os estados, mas em nem todos ele consegue.

Na composição do DF, parece que a ex-ministra Damares Alves sobrou. Qual espaço caberá a ela?
Bem, eu e ela (sobramos). Nós dois tivemos de ceder. Eu era pré-candidato ao governo, e ela, ao Senado. Nós dois, diante do desejo do presidente de ver a sua base política mais ampla e unificada em Brasília, cedemos. A ministra Damares teve um gesto de grandeza. A vida é feita de gestos.

Ela ainda pode ser vice na chapa?

No meu entendimento, a chapa majoritária está formada, com o governador Ibaneis, a deputada Celina Leão e a Flávia para o Senado.


Quem conhece a sua trajetória sabe que seu projeto político foi interrompido. Por que não retomá-lo?

Confesso que o meu desejo era retomar o meu governo de onde ele foi interrompido. Por outro lado, há uma série de variáveis que pesaram nessa decisão. A primeira delas: Flávia foi candidata a deputada enquanto eu estava impedido. E está exercendo um mandato muito bem avaliado. Numa linguagem popular, eu diria que ela está melhor que a encomenda. Foi a primeira deputada a presidir a Comissão Mista de Orçamento. Foi a primeira mulher nascida em Brasília a ser ministra de Estado. E está construindo essa candidatura ao Senado há mais de um ano. Uma eventual volta minha como candidato ao governo, politicamente, a inviabilizaria para o Senado. Seria justo isso? Muita gente me disse: sim, mas ela pode ir para deputada. Eu não penso assim. Acho que Flávia ocupou um espaço importante, inclusive para as mulheres. Ela valorizou a marca que eu tinha construído com a minha história política. Acho que a hora é dela, de disputar a majoritária. A prioridade seria ela. Embora não haja nenhum impedimento legal, de que eu fosse candidato ao governo e ela ao Senado, numa composição política suprapartidária, isso se inviabiliza.


Teria o mesmo posicionamento se ela não fosse a sua esposa?

Acho que teria. Mas o fato de ser minha mulher e mãe das minhas filhas dobra esse sentimento. Pesa, sim. Como marido e como aliado político, a minha consciência indica que a prioridade deve ser a candidatura majoritária dela. E não apenas por ela ter sido a deputada federal mais votada na última eleição, mas, sobretudo, por ela estar fazendo um grande mandato. Flávia tem sofrido muitos ataques, ataques de um mundo machista. Uma mulher jovem, bonita, inteligente, que ocupa um espaço de poder importante, é, muitas vezes, atacada de forma impiedosa. Até por isso, por mais isso, é a vez dela.


Ela se impôs.

Eu, às vezes, brincando, me chamo de Waldemar de Brito. Era um jogador de futebol do Santos, dos anos 1940. Quando se aposentou, voltou para Bauru e ganhava uns trocadinhos do Santos para descobrir talentos nos campos de terra. Um dia, ele viu um menino magrinho, raquítico, jogando, e achou aquele menino excepcional. Foi à casa do menino, convenceu os pais dele a permitir que ele fosse fazer um teste no Santos, comprou uma mala, uma roupa e o levou para lá. O menino era o Pelé. Foi Waldemar de Brito quem descobriu Pelé. Fui eu que descobri a Flávia. Eu sou o Waldemar de Brito (risos).


Arruda sempre foi uma marca forte em Brasília, com projeção nacional. Hoje a gente enxerga um casal, uma dobradinha?

Ela valorizou a marca. Nós passamos 12 anos administrando problemas ruins. De 10 dias para cá, estamos administrando um enorme problema. Só que um problema bom, que é ter dois em casa com potencial de (cargo) majoritário. Qual o outro caso que você se lembra, em Brasília, de uma mesma família ter os dois com potencial de majoritário?


Ficou satisfeito com o acordo?

Eu tinha duas opções: a primeira, ficar triste. Triste porque, na hora em que eu posso voltar para a política, depois de 12 anos atravessando um deserto, retomar meu projeto de governo, concluir as obras que eu tinha iniciado e entregar a Brasília dos meus sonhos, por uma circunstância política, não posso ser candidato ao governo. A segunda opção era dizer: "Puxa vida, depois de 12 anos atravessando um deserto, depois de tantas humilhações, dificuldades, posso retomar a vida política". E vou retomar. Com humildade, como deputado federal. A segunda opção, então, é ficar feliz. E, entre as duas opções, eu escolhi ficar feliz. Eu estou feliz.


Se o senhor se eleger deputado federal já sai para candidato a governo daqui a quatro anos?

Não quero dar o passo maior que a perna, mas confesso que sonhar não paga imposto. Então, vou sonhar.


Então, vai ter de brigar com Flávia daqui a quatro anos...

Brigar com Flávia, nunca. Nós sempre vamos ter um entendimento.

O eleitor brasiliense ainda tem uma memória muito viva do senhor como governador. Como acha que ele reagiu a esse acordo?

Falo de coração para vocês: estou muito impressionado com o carinho que estou recebendo nas ruas. Nesses 10 dias, fui a muitas feiras. Andei toda a Avenida Central do Arapoanga, do Núcleo Bandeirante, tenho caminhado nas cidades, ido a reuniões, festas. E o que eu tenho recolhido? Abraços emocionados de pessoas que eu não conhecia e que estão dizendo: "Olha, esses anos todos eu rezei por você, chorei a hora em que ouvi a notícia de que você podia voltar". Isso não tem preço, porque isso não é política, são relações humanas, de afeto, respeito, gratidão, reconhecimento. Então, estou muito feliz com a maneira como estou sendo recebido. Tenho de agradecer muito a Deus de ter "desmorrido". É uma experiência incrível voltar à vida pública. Com as cicatrizes de tudo o que eu já vivi, mas com a mesma determinação, o mesmo empenho, a mesma alegria com que eu sempre fiz política.

Considera-se injustiçado?

Sim. O que fizeram comigo há 12 anos foi uma grande armação. E, graças a Deus, eu consegui, na Justiça, mostrar que era uma armação. Vídeos antigos, anteriores ao meu governo, e editados. Tudo foi armado por interesses contrariados no melhor momento do meu governo, quando eu fazia 2.300 obras, quando eu tinha 300 escolas de educação integral, quando eu estava terminando o hospital de Santa Maria, o metrô de Ceilândia, a nova EPTG, quando Brasília respirava desenvolvimento, emprego, quando desenhávamos o mapa de uma nova Brasília, de uma Brasília já adaptada ao seu novo tamanho, à sua nova população. Quando estávamos no melhor, veio esse golpe. Baixo, sujo, rasteiro, por trás. Claro que foi uma grande armação. E, se você hoje reduz esses processos à sua dimensão real, você vê que eles não passam de uma ação na esfera da Justiça Eleitoral. É isso.

O que significou essa interrupção, no seu modo de ver?

O Brasil viveu muitos anos de um punitivismo político muito açodado. Talvez eu tenha sido a primeira vítima. Esse punitivismo é que gera o atual radicalismo político que a gente vive. Talvez fizesse parte de uma fase de transição para o amadurecimento democrático que almejamos. Mas não é fácil ser vítima de uma armação. E aqui também tenho duas alternativas: ser o sujeito triste, amargurado pelo o que eu vivi, ou ser o sujeito alegre, que tem a chance de recomeçar. Eu prefiro a alegria de ter a chance de recomeçar.


Quais erros não repetiria?

Primeiro, teria mais cuidado em escolher pessoas na minha equipe de trabalho. Eu diria que eu acertei em 90%, de pessoas maravilhosas que me ajudaram a vida toda. Mas os erros que cometi na escolha de algumas pessoas foram fatais. O segundo erro que eu não cometeria, e a minha decisão de agora revela que estou maduro, é não ser precipitado. Por que escolhi (tentar ser deputado)? Primeiro, para facilitar essa composição política mais ampla. Segundo, para não prejudicar o projeto de Flávia. Em terceiro lugar, se estou voltando de 12 anos de um deserto, é mais racional que eu volte degrau por degrau e não queria subir de elevador. E é o que eu vou fazer.


Qual o principal ensinamento desses 12 anos?

Nossa, são tantos...

 

Diga alguns.

Não ser açodado é um deles. Em segundo lugar, uma grande lição, que refleti muito no caminho de Santiago. "A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda-viva e carrega o destino para lá". O que Chico Buarque, de forma genial, coloca nesses versos? É que, na vida, a gente tem a nossa vontade. Mas estou convencido de que há um plano superior, que a inteligência humana não alcança, que nos rege. E que é preciso saber obedecer. O tempo de Deus é diferente do tempo dos homens. A minha fé se fortaleceu muito nesses anos de dificuldades. Hoje, acredito muito na força da oração. E a força da oração não é para conseguir o que eu quero; é para entender a vontade desse plano superior, que, muitas vezes, é diferente da minha vontade imediata. Essa é uma grande lição.


Nessa travessia do deserto, como foi a sensação de abandono, de antigos aliados que não o procuraram mais?

Vou repetir: tenho duas opções. Ou ficar com mágoa dos que me abandonaram, traíram, tiveram vergonha de mim, se esconderam, não me visitaram, falaram mal de mim. Se eu escolher essa opção, serei amargurado, chato. E a segunda opção, lembrar das muitas pessoas que tiveram carinho comigo, rezaram por mim, me compreenderam, inclusive, nas minhas eventuais falhas, me abraçaram, me visitaram, me deram a mão.


Poderia citar nomes?

Eu seria injusto se nominasse, porque são centenas, milhares de pessoas que foram tão maravilhosas comigo nesse período. Mas, para não cometer injustiça, vou citar Flávia. Flávia que me levou marmita na prisão. Cuidou das nossas filhas nos momentos mais difíceis. Flávia, com 17 dias que a Maria Clara havia nascido, nossa caçula, ela topou ser vice do (Jofran) Frejat numa eleição que era praticamente perdida. Flávia topou entrar na vida pública, que não era o projeto de vida dela. Então, em nome dela, eu agradeço de coração a todas a pessoas que foram minhas amigas, que me encheram de força nessa travessia do deserto.


O mundo político está violento, agressivo e polarizado. Como vê esse cenário?

Acho que o mundo todo vive essa fase. Quando vieram as redes sociais, esse avanço tecnológico da comunicação on-line, o mundo todo mudou. Emergiram forças novas na política, fora dos quadradinhos convencionais. As redes sociais causaram esse movimento. Traçaram uma linha de comunicação, entre líderes e liderados, muito direta, quase sem filtros. Isso gerou, num primeiro momento, a criminalização da política. Acho que os Moros da vida talvez não tenham consciência ainda do mal que eles fizeram à democracia brasileira. No momento em que você processa alguém por algum malfeito, mas o faz dentro da normalidade, sem outros tipos de ambições e objetivos, é normal. Mas, no momento em que você faz com que esses processos sejam midiáticos para, talvez, atender ambições próprias — e isso aconteceu no mundo inteiro, não apenas aqui —, você criminaliza a política. Então, primeiro movimento, nascimento das redes sociais, canal direto entre os líderes e liderados. Segundo movimento, criminalização da política. Terceiro, como consequência do segundo, radicalização. A primeira vítima da radicalização no Brasil foi o presidente Bolsonaro, em 2018, que levou uma facada. Ele foi a primeira vítima. E estamos assistindo a outras vítimas de um processo radicalizado.


Como mudar isso?

A solução não é encontrar culpados dessa radicalização, porque isso é um movimento mundial. A solução é a paz, a pacificação da vida política. Acho que nós, que somos atores políticos, devemos, todos os dias, pedir a Deus que, na hora em que a gente encontrar um adversário na rua e ele responder com indelicadeza, você responder "um bom dia para você também, a paz, seja feliz", você evite a violência. Eu faço esse exercício todos os dias. Vai passar. Essa fase vai passar. E a democracia vai sair mais forte ali na frente.


O que o senhor pretende defender no Parlamento se for eleito? O que é mais urgente?

É preciso renegociar as relações entre os Poderes. O Brasil vive um presidencialismo que é parlamentarista, e temos um Parlamento que é presidencialista.

E um Supremo que legisla, né?

Temos de chegar a um meio-termo. O Judiciário tem um certo ativismo que, talvez, precise ser moderado. Isso faz parte do aprimoramento democrático. Acho que vai ter de haver uma repactuação de papéis. Vou te dar um exemplo: não dá para sobreviver com as RP9.


O senhor defende que acabem?

Não vou dizer que acabem porque entendo que a principal missão do Congresso no mundo é o orçamento. Mas as emendas de relator, como estão postas hoje, retiram do Executivo a pequena margem que ele tem de definir projetos prioritários dentro do seu plano de governo. Qualquer que seja o presidente da República e qualquer que seja o Congresso Nacional, nós precisamos repactuar isso de tal maneira que quem quer que esteja sentado na cadeira de presidente tenha um pouco mais de margem de manobra para definir os projetos que considera prioritários e pelos quais ele foi eleito. Isso vale para o presidente da República, mas vale, também, para governadores e prefeitos. A margem de manobra do Executivo está muito pequena e isso é muito ruim.


Houve um pedido do presidente do seu partido, Valdemar Costa Neto, para que o senhor seja candidato a deputado federal de forma que possa puxar votos para aumentar a bancada do PL no DF?

Houve. De forma muito elegante, de forma muito moderada, mas ele nunca escondeu que preferiria que eu voltasse como deputado federal. Uma coisa é a minha vontade. Eu não vou ser hipócrita. Se dependesse só de mim, eu queria voltar como candidato a governador. Ponto. Agora, a vida é você e as suas circunstâncias. E as circunstâncias, neste momento, me levaram a este entendimento que é uma decisão mais prudente.


Circula um vídeo em que o governador Ibaneis diz que o demônio da campanha de 2018 tem CPF e é José Roberto Arruda. São resquícios da eleição passada. Dá para ter uma boa convivência com um adversário que o atacou?

Quem dirige um carro olhando para o retrovisor corre o risco de bater no poste. Eu acho que o governador, ao me procurar para buscar o entendimento, já fez um gesto no sentido de que se arrependeu daquela palavra talvez mal colocada num momento infeliz. Eu não vou julgá-lo por isso. Acho que o governador é um homem inteligente. Ele tem problemas no governo dele, inclusive de rejeições, e está tendo uma oportunidade, na possibilidade de um acordo político mais amplo, de fazer ajustes no seu governo e até na sua postura pessoal.


Que ajustes precisam ser feitos?

Ele precisa melhorar a saúde urgentemente. Depois de dois anos de pandemia, as filas de cirurgia são desumanas. É preciso, por exemplo, voltar os convênios de saúde com as cidades do Entorno para começar a reduzir a pressão sobre os hospitais de Brasília. É preciso mudanças na área social. Basta parar num sinal de trânsito em Brasília e você vê quantas pessoas estão ali pedindo esmola porque estão famintas. Na capital do país? Alguma coisa precisa ser feita para mudar. E o governador está tendo essa opção, essa possibilidade. Se ele ouvir essa voz que vem das ruas e vem desse acordo político mais amplo, certamente ele tem inteligência para fazer ajustes e melhorar o seu governo.


Esse acordo significa indicação de cargos e ingerência no governo?

Ingerência, nunca. Nem indicações. Agora, se ele estiver disposto, e parece estar, a aceitar as minhas contribuições, as contribuições da Flávia, as contribuições do Paulo Octávio, as contribuições de pessoas experientes da política de Brasília para que ele aprimore a sua gestão, obviamente eu darei essas contribuições. Essa é mais uma vez uma questão de escolhas. Eu poderia ficar com raiva do que ele disse em 2018 e não querer acordo, ou poderia ficar grato porque ele retomou as minhas obras que estavam paradas havia 10 anos. Por exemplo, eu tinha licitado o túnel de Taguatinga, e os outros dois governadores não fizeram. Ele veio e fez. Eu queria fazer o viaduto do Sudoeste. Ele retomou. Eu queria fazer viaduto do Recanto das Emas com Riacho Fundo 2. Ele retomou. Eu queria fazer a Saída Norte. Ele retomou. O fato de Ibaneis ter retomado as minhas obras, que estavam paradas havia 10 anos, me dá um sinal muito positivo da sua capacidade de evoluir na gestão pública, e isso é um ponto interessante para o entendimento.


Acredita que teria chance de vencer essa eleição como governador?

As pesquisas indicam que sim. Agora, se eu iria ganhar ou não, não sei dizer. Não serei presunçoso. Seria uma eleição difícil. Ele (Ibaneis), legitimamente, pleiteia a reeleição. Há determinados segmentos da sociedade, e vou citar os policiais e bombeiros militares, que até hoje estão revoltados porque fiz o acordo. E eu entendo a revolta deles. O último aceno que eles tiveram do Estado foi com a Lei 12.086, que eu fiz há 13 anos. E ninguém mais olhou por eles. Eles viram no meu ressurgimento na vida pública a esperança de serem valorizados novamente.


E como o senhor está vendo esse clima de violência nas eleições? Tivemos um assassinato de um militante petista…

A primeira vítima foi o presidente em 2018. Acho que a gente tem de fazer política discutindo ideias. Toda violência deve ser afastada da vida democrática. Aliás, da vida de um modo geral.


O presidente tem feito críticas às urnas. Como vê essa posição?

Eu disputei eleição lá atrás na cédula, e a contagem de votos nos colégios era uma loucura. Então, acho que a urna eletrônica aprimorou o processo. Agora, ela é perfeita? Talvez não. Por quê? Países tecnologicamente mais avançados que o Brasil ainda não adotaram a urna eletrônica. Se eles têm uma tecnologia tão mais avançada que a gente, por que não adotaram? Toda crítica construtiva do processo deve ser aceita com humildade pelos órgãos de controle, pelo Poder Judiciário. O controle sobre essa nova tecnologia deve ser feito para tirar toda dúvida. Não vejo essas críticas como nada que possa ser danoso. A gente tem de saber aceitar críticas. Nenhum dos Poderes pode ser imune a críticas.


Há um limite entre a crítica e as acusações sem provas…

Quem coloca esses limites? Toda crítica deve ser recebida com respeito, e o processo deve ser aprimorado. Não estou dizendo que vejo falhas. Eu não as vi. O sistema de urnas eletrônicas é muito mais moderno e eficiente do que o voto na cédula. Agora, eventualmente, um outro aprimoramento pode ter de ser feito para preservar a segurança das urnas.


Com voto impresso?

Não tenho uma visão clara, porque, de um lado, pode contribuir, mas, de outro, pode gerar uma série de problemas.

Nos seus momentos de glória e de deserto, conseguiu identificar um padrão?

Enxerguei duas características. Nas quedas, a imprudência. E na recuperação, a resiliência. O que a resiliência é diferente da resistência? Resistência é você correr uma maratona e chegar ao final. Resiliência é você correr uma maratona, perder um tênis, cair, machucar, levantar e conseguir chegar ao final. Eu acho que estou fortalecendo a minha resiliência.


O seu grupo político fala muito que os conservadores precisam se unir diante dessa esquerda que está aí. Como o senhor se posiciona? E qual avaliação dos governos de esquerda que o sucederam?

Na América Latina, especificamente, temos um predomínio, neste momento, das tendências mais à esquerda. É o caso da Venezuela, da Colômbia, do Chile, da Argentina, da Bolívia. E esse vento que está varrendo a América Latina está causando uma dissonância entre as nossas economias e a economia globalizada. O que me agrada no campo conservador? É um Estado mais enxuto, regulador, e uma economia de mercado mais avançada. Chama-me muita a atenção o fato de que, no meio de uma guerra e no meio de uma pandemia, o Brasil esteja se recuperando tão rápido em termos econômicos. Por quê? Porque temos uma economia liberal. Isso tem de ser pontuado positivamente na gestão do presidente Bolsonaro. Ele teve coragem de privatizar a Eletrobras, teve coragem quando foi necessário intervir no ICMS para diminuir o preço da gasolina.


É um governo liberal, mas que intervém na economia?

Temos um paradoxo. Você vê que, neste mundo nem sempre perfeito, um governo conservador está fazendo políticas de assistência social muito mais avançadas do que os partidos de esquerda.


E os governos de esquerda que o sucederam?

Não foram felizes. Tenho, tanto pelo Agnelo quanto pelo Rollemberg, uma relação de respeito. Mas eles se deixaram engessar por um corporativismo nefasto e efetivamente não tiveram gestões bem avaliadas. Esse foi um fator que pendeu em favor de um entendimento político em Brasília, porque Ibaneis foi lá atrás, pegou as minhas obras lá, as recuperou. Eu tenho de ficar feliz ou não?


Ibaneis é imbatível nesta eleição?

Em primeiro lugar, ninguém é imbatível em eleição. Em segundo lugar, acho que o governador Ibaneis, se tiver disposição de aproveitar esse entendimento político de forma mais ampla, fazendo mais ajustes que são importantes, necessários e urgentes no seu governo, passa a ser um player, um candidato mais forte. Mas, neste momento, ele, como todos os governadores que estão pleiteando a reeleição, pagam um preço alto pelas circunstâncias que a gente vive, com pandemia, dificuldades. Não é um período fácil. Eu diria o seguinte: o governador Ibaneis é o favorito, mas, para ele se fortalecer, precisa fazer ajustes nas suas políticas públicas e até nas suas posturas políticas.


Qual é a postura política que ele precisa adotar?

Aí é aquela velha lição que aprendi tanto com José Aparecido como com Roriz, que foram dois mestres que eu tive. Governar é definir prioridades, depois de ouvir o povo. Falta ouvir o povo.


Ibaneis é distante das pessoas?

Não vou dizer isso. Talvez premido pela vontade de fazer as coisas e de ter uma boa gestão, ele tenha deixado menos tempo para andar pelas cidades.


O modelo do Iges-DF funciona?

Tenho muitas dúvidas. Não sou contra as organizações sociais terem participação nas políticas públicas de saúde, mas acho que o SUS se revelou, nas dificuldades, uma potência, um exemplo para o mundo, que tem de ser fortalecido. Mas, por exemplo, na área de saúde, é urgente fazer o hospital do Recanto das Emas e o de São Sebastião. É urgente retomar os convênios da saúde com as cidades do Entorno. Se você vai à fila do hospital do Gama e ao hospital da Ceilândia, de cada 10 pacientes, sete moram nas cidades do Entorno. É mais lógico, mais econômico, mais racional atendê-los lá.


Foi correto privatizar a CEB?

Não. Na minha avaliação, foi um erro. E eu, com todo o respeito, tive a oportunidade de dizer isso diretamente ao governador. Mas eu não sou contra as privatizações. Como era o modelo de privatização que eu defendia? A CEB tinha três grandes ativos: a distribuição de energia elétrica, a geração e os imóveis. Eu teria privatizado os imóveis e a geração, mas teria segurado a distribuição, que é o mais importante.


Por quê?

Porque é a capital do país, e eu acho que a distribuição de energia elétrica na capital do país é tão estratégica quanto a polícia. Respeito a decisão que ele tomou, mas a minha posição contrária foi dita a ele, pela gentileza dele de me ouvir.


Este novo Arruda, mais ponderado, se eleito, vai pleitear a Presidência da Câmara dos Deputados?

Não, nem penso nisso. Não tenho condições para isso, nem sou de um estado grande que tenha tantos parlamentares. Isso nem passa pela minha cabeça. Há dezenas de líderes políticos Brasil afora, de todos os campos ideológicos, muito mais preparados do que eu para, eventualmente, terem essa missão. Esse pleito estaria totalmente fora do meu horizonte.


Mas o Ministério da Infraestrutura…

Não, eu não tenho… Sinceramente, olha, eu estou disputando uma cadeira de deputado federal. Acho que a minha cabeça branca — do que me resta de cabeça branca — pode contribuir com o país e com Brasília, mas um passo de cada vez.


Falam que um dos motivos da sua desistência tem a ver com o receio de que aquele vídeo da Pandora poderia destruir seus planos de candidatura. Realmente tem esse receio? Que sentimento tem quando vê aquelas imagens?

Olha, para você ter uma ideia: na ação que eu respondo e que agora foi para a Justiça Eleitoral, esse vídeo nem sequer faz parte das acusações do Ministério Público. A Justiça, nesse aspecto, já me absolveu. Por quê? Porque o vídeo é anterior ao meu governo e porque aqueles R$ 20 mil estavam declarados no Tribunal Regional Eleitoral. É absolutamente descabido. Nesses 12 anos, em nenhum momento eu deixei de acreditar na Justiça. Mesmo quando tive decisões contrárias, e foram muitas.


Qual a sua opinião sobre Durval Barbosa hoje?

(Longo silêncio). Eu acho que ele merece o meu silêncio.

Tem outras pessoas que merecem o seu silêncio?

Tem. Muitas (risos). E essas pessoas que merecem o meu silêncio, dentro do meu sentimento cristão, merecem também as minhas orações. Não desejo mal a ninguém, nem mesmo àqueles que me fizeram mal.


E o seu livro? Não estava escrevendo?

Você fez a pergunta desejada (risos). Eu escrevi. E eu releio, muitas vezes. Por que nunca publiquei? Porque achava que faltava o último capítulo. É esse que eu quero construir agora. Porque livro de memórias é quando você acha que sua carreira terminou. E eu não acho que cumpri a minha missão.


O senhor tem uma relação próxima com Bolsonaro?

Não posso dizer que tenho uma relação próxima. Tenho uma relação de respeito, de amizade. O presidente Bolsonaro me chama a atenção por duas coisas: primeiro, a capacidade dele de ir para a rua. É impressionante ver um presidente que apanha tanto ter essa disposição de encontrar o povo e de ouvir o povo. Isso não se pode negar a ele. É um exemplo. Segundo: a resiliência dele. Ele tem um norte e persegue essa convicção com muita determinação. Talvez nenhum outro presidente da República tivesse a coragem de contrariar todos os analistas econômicos do planeta e intervir no preço da gasolina, como ele fez.


Ele acertou?

Acertou. Sabe por quê? Porque não vivemos tempos de normalidade. E em tempos atípicos, de guerra, de pandemia, era preciso, efetivamente, intervir, como ele fez. Foi para o Congresso, ganhou a queda de braço, diminuiu o ICMS e conseguiu baixar a gasolina de R$ 8 para R$ 6.

Mas ele também tem contradições. Ganhou a eleição prometendo uma nova política e fez exatamente o contrário, se juntou à velha política.

Deixa eu te contar. Não tem nada mais velho na política brasileira do que a nova política. Porque a nova política é a negação da base da democracia.

Mas são coisas que ele prometeu.

É diferente. Ele quis fazer uma negociação política — e fez — porque o país é ingovernável sem um acordo parlamentar. Foi o que eu disse lá atrás: nós temos um presidencialismo parlamentarista e um Parlamento presidencialista. Se você não tiver uma composição partidária, não governa. Aqui e em todos os países. O que o presidente Bolsonaro fez de diferente é que essa negociação se deu em alto nível, sem variáveis inescrupulosas. Ele escolheu ministros mais técnicos. Doze ministros deixaram seus cargos para disputar a eleição. E os 12 ministros que assumiram eram secretários executivos dos ministérios, técnicos. Então, o presidente, nisso, honra a sua trajetória. Agora, não se governa um país como o Brasil sem uma base parlamentar sólida.


Mas lá atrás ele escolheu Abraham Weintraub, Ernesto Araújo…

Eu prefiro avaliar o trabalho do governo federal pelos seus acertos, que foram muitos. Quando a gente chega à idade que estou, olha para as pessoas e fala assim: "O que elas têm de bom?" Eu olho para os governos e tento ver o que eles têm de bom. A não ser quando o governo sou eu. Aí eu tento ouvir as críticas para corrigir.


No próximo dia 3, o Supremo vai discutir a retroatividade da nova lei de improbidade administrativa. Mas, como o tema é complexo, pode haver um pedido de vista. Mesmo sem uma conclusão nesse julgamento, o senhor poderá ser candidato?

Meus advogados garantem que sim. Mas confesso que essa foi uma variável a mais na minha decisão de ser candidato a deputado. Por quê? Em uma candidatura majoritária, viabilizada por uma decisão liminar, eu poderia estar colocando em risco toda uma coligação. Mesmo acreditando que uma lei votada na Câmara e no Senado e sancionada pelo presidente vai prevalecer — até porque isso geraria uma grande insegurança jurídica —, optei por concorrer como deputado.


É mais seguro.

Veja o seguinte: se você me perguntar: queria ser candidato a governador? Eu queria. Agora, com tantas variáveis me indicando que seria mais prudente ser candidato a deputado federal, no mínimo, eu estaria cometendo uma imprudência de insistir numa candidatura majoritária.


Essa decisão foi sua? Alguém o ajudou?

Muitos amigos me ajudaram. Dos dois lados. Gente que, apaixonadamente, dizia que eu deveria insistir na candidatura majoritária. Grandes amigos meus estão supercontrariados porque eu desisti. E outros sugeriam que eu tivesse essa prudência. Tive conselho dos dois lados. Claro que a maior influência é a minha relação com Flávia. Eu vou confessar o seguinte: sou fã da Flávia. Não estou falando dela como mãe dos meus filhos. Estou falando da inteligência emocional dela, da capacidade de sobreviver às crises, de se reinventar, de mudar eventualmente de ideia ou de postura, quando necessário. Independentemente das nossas relações pessoais, o Waldemar de Brito adora o Pelé (risos).


O senhor fala dos pontos positivos do governo Bolsonaro, mas ele está atrás na corrida eleitoral. O presidente ainda tem condições de virar esse jogo?

Qualquer governante que tivesse governado durante a pandemia teria tido muito desgaste. Aqui e no mundo inteiro. O que diferencia as pessoas? A capacidade de se reinventar após um acidente. A pandemia foi um acidente. Claro que o presidente, quando ganhou a eleição, imaginava ter quatro anos de voo de cruzeiro, de um cenário internacional de crescimento econômico. Não teve. Mas, já que é inevitável, era preciso ter uma capacidade de resistir à crise e de se sobrepor a ela. Tem uma frase que eu gosto muito: a vida de um homem não se conta pelo número de vezes que ele cai, mas pelo número de vezes que ele se levanta.


Há 30 anos, o senhor toca o terror nas eleições em Brasília, não é verdade? (Risos)

Graças a Deus, a minha presença, de alguma maneira, faz diferença, não é? Ou seja, politicamente, eu existo, não é? E é isso que eu quis da minha vida. Sou engenheiro, professor universitário, fiz 20 anos de engenharia. Mas o que gosto mesmo é de política — e eu gosto mais da história da política do que da política propriamente dita. Eu me dedico a isso, é o que eu leio, é o que eu vivo. Se a minha presença no cenário político de Brasília tem feito alguma diferença nesses anos todos, fico feliz e agradeço muito a Deus por isso. É sinal de que não sou uma variável nula. Agora que a experiência é maior, que a prudência é maior, espero cada vez mais que essa seja uma variável positiva.


Qual é a diferença agora?

Aos 40 anos, eu era muito ambicioso e, portanto, egoísta. Chegando aos 70, consigo ser mais moderado, mais prudente e, portanto, menos ambicioso e menos egoísta. Consigo compartilhar melhor as decisões. Acho que essas são as diferenças fundamentais.


A sua derrocada do governo levou junto muita gente.

Muita gente sofreu. E perdeu. E eu diria — não quero transparecer uma coisa que não estou dizendo —, Brasília sofreu. Brasília parou 10 anos. Se nós tivéssemos tido continuidade no nosso projeto de governo, hoje a gente teria o VLT rodando do aeroporto até a W3. Hoje a gente teria o metrô rodando até Gama e Santa Maria. Hoje a gente teria o Hospital do Recanto das Emas e de São Sebastião prontos. Nós teríamos um anel rodoviário pronto. Nós teríamos a Interbairros pronta. Tudo isso estava arrumado, projetos prontos, dinheiro resolvido. Brasília sofreu uma interrupção no seu processo de desenvolvimento. Por isso, dou valor ao governador Ibaneis de ter retomado vários desses projetos. E por isso, também, nesse acordo que fizemos agora, fizemos questão de colocar no papel interesses públicos relevantes. Talvez não todos, mas são 10 pontos que falam: "Olha, nós vamos fazer um entendimento, mas o seu governo não é exatamente o que a gente queria. Falta um monte de coisa, e essas coisas que faltam nós gostaríamos que o senhor concordasse".


Isso foi uma imposição?

Foi uma negociação. Ele e a equipe dele também contribuíram com pontos relevantes, em uma construção coletiva. Então, foi feito um acordo e assinado. Porque eu acho que os acordos políticos, para serem duradouros, não podem ser apenas com interesses eleitoreiros. Têm de ser em torno do interesse público, e esse documento é relevante.


O que Arruda tem a dizer ao eleitor em 2022?

Em 2022, não é o Arruda de novo. É o novo Arruda. Aquele morreu. Agora, eu "desmorri".


Essa marca aí é de Silvestre Gorgulho, né?

É verdade! Se eu fosse o Arruda de novo, eu era mais do mesmo. Significava dizer que, nesse período todo, não aprendi nada. Ser o novo Arruda é o Arruda resultado dessas vivências, dessas experiências, as boas e as ruins, do que eu ouvi, do que eu tive de sentimento, de tudo isso.


O que aquele Arruda do painel do Senado e da Pandora ensinou ao Arruda que vem agora?

Que essas lições têm de ser incorporadas ao meu todo humano. Sou mais prudente hoje, sou um pouco mais tranquilo. "Ando devagar porque já tive pressa, levo esse sorriso porque eu já chorei demais…" (risos)

 

 

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