O protesto de José Serra

Único a votar contra a PEC, o senador José Serra (PSDB-SP) argumentou que o pacote viola a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e fura o teto de gastos — a regra que limita o avanço das despesas à inflação. As medidas, na visão dele, vão provocar perda da credibilidade fiscal do país, o que pode alimentar a inflação e levar o Banco Central a elevar ainda mais os juros. "O pretexto foi defender quem mais precisa, mas isso deveria ser feito de outra forma. O governo enviaria projeto de lei e créditos extraordinários, sinalizando controle e governança", disse o parlamentar, em publicação no Twitter. "Na verdade, o 'pacote de bondades' é eleitoreiro, só vai até dezembro de 2022 e compromete o futuro das contas públicas. Além disso, a perda de credibilidade fiscal vai estimular inflação, juros mais elevados e reduzir os investimentos necessários para a geração de emprego e renda, que é a mais importante política de combate à pobreza de que dispomos."