O presidente Jair Bolsonaro (PL) está tentando impor, "via Forças Armadas", eleições transparentes. A afirmação faz parte de um áudio, que circulou nas redes sociais, e foi feita ontem durante reunião com pastores presidentes das Convenções das Afiliadas da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), em Guarulhos (SP).
"Três (ministros) do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) acreditam piamente nas pesquisas do Datafolha. Não quero alongar muito sobre isso. Estou fazendo minha parte no tocante a isso, buscando impor, via Forças Armadas, que foram convidadas, a nós termos eleições transparentes. "Porque, se houver algo de errado, não é só para mim. Vai ser para deputado, senador, governador", disse.
Bolsonaro disse, ainda, que está sendo "ameaçado de cadeia quando deixar o governo". "O pessoal sabe, quando anda comigo, quantas vezes eu falo: é muito mais fácil estar do outro lado, e não estar sendo ameaçado de cadeia quando deixar o governo. E qual é a acusação? Qual é o crime? O mesmo de que foi acusada de cometer uma senhora de nome Jeanine Añez, ex-presidente da Bolívia. Está presa, condenada a 10 anos. Qual acusação? Atos antidemocráticos. Alguém lembrou de um inquérito no Brasil com esse nome?", ironizou, em referência ao processo do ministro Alexandre de Moraes e comparando sua situação com a da Añez.
7 de Setembro
A convocação dos militares, por Bolsonaro, no último dia 30, para participarem do desfile do 7 de Setembro na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi minimizada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Para ele, não haverá intercorrências políticas na data, quando o presidente espera reunir apoiadores em atos de rua.
"Se tivermos 7 de Setembro, vai ser uma festa linda, cívica, tranquila", disse ontem, durante o evento de um banco de investimentos, em São Paulo. Lira, porém, salientou que manifestantes não podem sair às ruas para fazer ameaças.
"O povo pode ir sempre às ruas. Só não pode ir com violência, nem com tumulto, bagunça ou ameaça", observou.
Foi a primeira manifestação de Lira desde que Bolsonaro afirmou, durante o lançamento de sua candidatura à reeleição, na convenção do PL, que as Forças Armadas participarão "ao lado" de seus apoiadores dos atos governistas na data que marcará o Bicentenário da Independência. O presidente pediu aos apoiadores para irem às ruas neste dia "pela última vez".
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