Lisboa — Em meio ao receio do governo português sobre os rumos da comemoração dos 200 anos da independência do Brasil — o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, confirmou presença no evento de Sete de Setembro, em Brasília —, há toda uma preocupação com uma relíquia: o coração de Dom Pedro I, que será exposto no país, no Palácio do Planalto e no Itamaraty, pela primeira vez. O órgão totalmente preservado do príncipe que declarou a libertação do país do jugo português ficará 20 dias em terras brasileiras.
O pedido de empréstimo do coração de Pedro I pelo Brasil, dentro das comemorações do Bicentenário da Independência, foi negociado durante meses. De início, houve muita resistência em tirá-lo do Porto, cidade escolhida em testamento pelo primeiro imperador brasileiro para ficar com a relíquia. Foi preciso um amplo processo de convencimento para que a Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, guardiã do órgão, e, depois, a Assembleia Municipal do Porto aprovassem o deslocamento do coração real, que será transportado para Brasília em avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
Permanência limitada
O embarque está previsto para 21 de agosto, com retorno em 8 de setembro. A meta do presidente Jair Bolsonaro era que o coração de Dom Pedro I — ou rei Dom Pedro IV, em Portugal — percorresse boa parte do Brasil e que o empréstimo durasse um ano. Mas, depois de ouvir um grupo de peritos, a Irmandade de Nossa Senhora da Lapa limitou a permanência do órgão no Brasil por apenas 20 dias.
O coração de Dom Pedro I será recebido com honras de chefe de Estado, com tiros de canhão e acolhimento pelos Dragões da Independência. O deslocamento da relíquia, que está num mausoléu erguido em 1837 na Igreja da Lapa, é um fato inédito. Ao longo de quase 200 anos, poucas pessoas puderam ver o coração real.
O primeiro imperador do Brasil morreu em 24 de setembro de 1834, no Palácio de Queluz, em Sintra.
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