LAVA-JATO

Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, morre aos 68 anos

O engenheiro foi também o primeiro delator da operação Lava-Jato, em que revelou esquemas de corrupção na Petrobras. Ele sofria de câncer e morreu no Rio de Janeiro

Correio Braziliense
postado em 13/08/2022 23:27 / atualizado em 13/08/2022 23:28
 (crédito: Carlos Moura/CB/D.A Press)
(crédito: Carlos Moura/CB/D.A Press)

Morreu o ex-diretor da Petrobras e primeiro delator da operação Lava-Jato, Paulo Roberto Costa, aos 68 anos. De acordo com informações da família, divulgadas pela Folha de S. Paulo, o engenheiro sofria de câncer e morreu no Rio de Janeiro, na tarde deste sábado (13/8).

Costa ficou nacionalmente conhecido durante a operação Lava-Jato, quando foi preso por envolvimento em esquemas de corrupção na Petrobras. Em março de 2014, ao ser preso três dias depois do início da operação, o ex-diretor da estatal se tornou o pivô do escândalo na petroleira ao firmar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.

Durante a delação, o engenheiro revelou esquemas milionários de enriquecimento que beneficiavam políticos. Entre os delatados, estão o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney, entre outros, e deu informações importantes que levaram à investigação de políticos poderosos como Romero Jucá e Renan Calheiros. Costa também assumiu ter recebido suborno de empreiteiras que faziam parte de um cartel na Petrobras.

O ex-diretor chegou a devolver R$ 79 milhões à Petrobras, dos quais ele assumiu serem todos “produto de atividade criminosa”. Esse dinheiro foi resultado de um acordo firmado com a Procuradoria, em que Costa abriu mão de US$ 23 milhões em contas na Suíça e US$ 2,8 milhões nas ilhas Cayman, em conta com nomes de familiares.

Costa ficou preso durante cinco meses no Paraná e mais um ano em prisão domiciliar. Em 2015, passou para o regime semiaberto, morando em Petrópolis, no Rio de Janeiro. A sentença inicial, assinada pelo então juiz Sergio Moro — hoje pré-candidato ao Senado pelo União Brasil — condenou o ex-diretor a 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.

  • 04/12/2007. Crédito: Valter Campanato/Abr. O diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, durante entrevista coletiva sobre recentes acordos de investimentos anunciados pela companhia para consolidação do setor petroquímico. Valter Campanato/Abr
  • Depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, na Câmara dos Deputados (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
  • 12/12/2014. Crédito: Jefferson Rudy/Senado. Brasil. Brasília - DF. Paulo Roberto Costa (e), ex-diretor de abastecimento da Petrobras, ao lado do Advogado, durante audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI, no Senado Federal. JeffersonRudy/Senado
  • 10/06/2014. Crédito: Geraldo Magela/Agência Senado. Brasil. Brasília - DF. Ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto da Costa, presta depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI que investiga denúncias de corrupção na estatal. Geraldo Magela/Agência Senado

Trajetória

Paulo Roberto Costa nasceu em Telêmaco Borba, cidade do Paraná. Se formou em engenharia pela Universidade Federal do Paraná e ingressou na Petrobras em 1977 como servidor de carreira. Em 1990 foi diretor da Gaspetro e, entre 2004 e 2012, durante os governos Lula e Dilma Rousseff, ocupou o cargo de diretor da Petrobras.

A escolha de Costa para o cargo de diretor da petrolífera partiu de indicação do Partido Progressista (PP) — hoje Progressistas — e foi cercada de controvérsia.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação