ELEIÇÕES 2022

No JN, Bolsonaro diz que relação com TSE está "pacificada", mas questiona urnas

Entrevista no Jornal Nacional foi mediada pelo apresentador William Bonner e pela jornalista Renata Vasconcellos

Ingrid Soares
postado em 22/08/2022 21:21 / atualizado em 22/08/2022 21:22
 (crédito: Divulgação/TV Globo)
(crédito: Divulgação/TV Globo)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou, nesta segunda-feira (22/8), da primeira rodada de entrevistas do Jornal Nacional com os mais bem colocados postulantes ao Palácio do Planalto que disputam as eleições de outubro. A entrevista foi mediada pelo apresentador William Bonner e pela jornalista Renata Vasconcellos. O chefe do Executivo mentiu ao negar ter xingado ministros do TSE e voltou a fazer ataques a urnas eletrônicas.

"Primeiro, você não está falando a verdade quando fala “xingar ministro”, não existe. É um fake news da sua parte. Eu quero é transparência nas eleições, vocês com toda a certeza não leram o inquérito de 2018 da PF que está inconcluso. Se você pode botar uma tranca a mais na sua casa para evitar que ela seja assaltada, você vai fazer ou não? Esse é o objetivo disso que eu tenho falado sobre o TSE. Em 2014, tivemos eleições. No segundo turno, o PSDB duvidou da lisura das eleições e contratou uma auditoria e a conclusão da auditoria foi que as urnas são inaditáveis”, disse a Bonner.

O presidente voltou a alegar que “hackers ficaram por 8 meses dentro do TSE com senhas de ministro e senha de outros 5 servidores". "A PF pediu logs do que ocorreu nas eleições o TSE podia ter informado no mesmo dia, mas sete meses o TSE informou que os logs haviam sido apagados. A grande interrogação é essa. Nós queremos evitar que dúvidas pairem nas eleições deste ano, nada mais além disso." Desde o início do voto eletrônico no Brasil, em 1996, nenhum caso de fraude foi identificado e comprovado.

Bonner lembrou Bolsonaro da ocasião em que o presidente chamou ministro do Supremo de “canalha”. O chefe do Executivo rebateu que tem sido “perseguido" e disse que a relação com o TSE e STF está "pacificada".

“Foi um ministro em específico. Tá refeita a dúvida? Quem vem sendo perseguido o tempo todo por um ministro do Supremo sou eu. Um inquérito completamente ilegal e as medidas que vinham sendo tomadas por esse ministro, eram contestadas. Lá atrás, a procuradora Raquel Dodge deu parecer para que esse inquérito deixasse de existir e continua existindo e a temperatura subiu. Hoje em dia, pelo que tudo indica, está pacificado espero que seja uma página virada”, disse o presidente.

“Até você deve ter visto, por ocasião da posse de Moraes, um contato amistoso lá, e, pelo que tudo indica está pacificado e quem vai decidir essa questão de transparência ou não, serão em parte as Forças Armadas que foram convidadas a participar do grupo das eleições."

Bolsonaro emendou dizendo que haverá eleições “limpas e transparentes”, mas que “precisou provocar para que se chegasse a este ponto”. “Podem ter certeza de que terão eleições limpas e transparentes no corrente ano”, afirmou.

A sabatina teve duração de 40 minutos. Horas antes da entrevista, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, postou um vídeo nas redes sociais com Bolsonaro aguardando o embarque para o Rio de Janeiro. Nas imagens, o chefe do executivo aparecia mexendo no celular e rindo. “Olha a cara do presidente de preocupado hoje com o JN”, apontou Faria. Em tom irônico, o chefe do Executivo disse que iria “beijar" Bonner.

Depois de Bolsonaro, o Jornal Nacional receberá Ciro Gomes (PDT), na terça-feira (23); Lula (PT), na quinta-feira (25); e Simone Tebet (MDB), na sexta-feira (26/8).

Panelaço e Globociata

Simultâneamente à entrevista com Bolsonaro, a oposição organizou um panelaço. Já bolsonaristas usaram as redes sociais para pedir que apoiadores ligassem a TV para assistir à sabatina, fazendo com que a Globo bata “recorde de audiência” e, ao final da entrevista, que os apoiadores desligassem a TV logo para “causar queda na audiência”.

Em 2018, em entrevista ao JN, Bolsonaro falou sobre um suposto ‘kit gay’ nas escolas e, ao ser questionado sobre seu programa de governo para amenizar a diferença entre homens e mulheres, perguntou sobre os proventos da jornalista e alegou diferença salarial entre ela e Bonner.

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