Eleições

Garcia diz não ser contra cobrar mensalidade em universidades públicas de SP

Segundo ele, a medida, se adotada, seria importante para viabilizar o aumento de vagas e possibilitar a inclusão de jovens de baixa renda, mas teria de partir das próprias universidades a iniciativa

Agência Estado
postado em 23/08/2022 08:23
 (crédito: Reprodução/Twitter)
(crédito: Reprodução/Twitter)

O governador de São Paulo e candidato à reeleição, Rodrigo Garcia (PSDB), disse nesta segunda, 22, durante sabatina promovida pelo Estadão em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), que "não é contra cobrar mensalidade nas universidades públicas".

Segundo ele, a medida, se adotada, seria importante para viabilizar o aumento de vagas e possibilitar a inclusão de jovens de baixa renda, mas teria de partir das próprias universidades a iniciativa. São do governo paulista a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), além das Faculdade de Tecnologia (Fatecs), vinculadas ao Centro Paula Souza.

"Como governador, eu digo: não dá para São Paulo investir mais recurso do que já investe", disse. Ainda no tema educação, Garcia prometeu contratar vagas em escolas particulares, como o Senai, para oferecer aos alunos do ensino médio também o técnico.

Estratégia

Durante toda a sabatina, Garcia deixou clara a estratégia para tentar chegar ao segundo turno da disputa estadual, ao atacar reiteradas vezes o líder nas pesquisas de intenção de votos, Fernando Haddad (PT). Ao mesmo tempo que mirou o antipetismo, Garcia acenou ao eleitorado bolsonarista, ao criticar de forma lateral o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), hoje em segundo lugar na corrida.

Sem mostrar estatísticas, Garcia disse que Haddad, quando prefeito, "teve a proeza de aumentar a fila de creche em São Paulo". "E ele disse que ama educação."

Governador de São Paulo desde março, quando João Doria (PSDB) renunciou ao cargo para tentar, sem sucesso, disputar a Presidência, o tucano foi econômico nas críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL). Disse que a "guerra ideológica" existente no Brasil prejudicou São Paulo, que deixou de receber recursos federais, mas sem citar diretamente o presidente e explicar em quais áreas o Estado foi prejudicado.

Ao mirar Haddad, Garcia também escondeu ter sido vice de Doria - desafeto dos bolsonaristas -, usando boa parte de seu tempo para criticar condutas e políticas adotadas pelo petista enquanto prefeito da capital - o "pior da história", segundo ele. A cada tema apresentado pelos entrevistadores ou leitores do Estadão, o tucano procurou relacionar suas ações às adotadas pelo PT.

"Eu já sei o que não fazer com a Cracolândia, que foi o que o Haddad fez na época que ele era prefeito, o 'bolsa crack'. A política de redução de danos não deu certo. Os traficantes agradeciam o dinheiro do 'bolsa crack', porque aumentou o comércio de drogas no centro da cidade com o dinheiro público", afirmou o tucano, sem apresentar números.

Cashback

Ao apresentar propostas para a área social, Garcia prometeu que a população pobre vai ser isenta do pagamento de impostos estaduais, sob a condição de os beneficiários estarem inscritos no cadastro único, o CadÚnico.

"Fiz essa proposta ousada, que vou implementar a partir de 2023. A população pobre, de extrema pobreza, não pagará mais impostos estaduais pelos próximos quatro anos. Vamos fazer isso pelo programa Nota Fiscal Paulista", disse. Pela proposta, cerca de 1,7 milhão de famílias, ou 4,5 milhões de pessoas, poderão ser beneficiadas.

Garcia também se comprometeu a criar o Cartão Bom Prato, com crédito de até R$ 300 para as mesmas famílias. O candidato não disse quanto as medidas custarão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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