ELEIÇÕES 2022

Lula diz que Brasil pode dividir pesquisas na Amazônia sem perder soberania

A eurodeputados, presidenciável defende a exploração sustentável da floresta, com a ajuda da União Europeia. Segundo o petista, o Brasil pode compartilhar pesquisas na região sem abrir mão da soberania no local

Victor Correia
postado em 30/08/2022 05:56 / atualizado em 30/08/2022 05:57
 (crédito: Miguel Schincariol/AFP       )
(crédito: Miguel Schincariol/AFP )

O candidato do PT ao Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, deu continuidade à sua agenda internacional, ontem, ao reunir-se com parlamentares progressistas da União Europeia. No encontro, em um hotel da capital paulista, o ex-presidente enfatizou que o país precisa ser protagonista na questão climática e defendeu aliar preservação e exploração na Amazônia.

"A gente não quer transformar a Amazônia em um santuário da humanidade, a gente quer explorar da Amazônia aquilo que a biodiversidade pode oferecer", frisou. "Pode-se utilizar da Amazônia para que da Amazônia a gente possa extrair da riqueza da biodiversidade o suficiente para sustentar quase 30 milhões de brasileiros que moram naquela região."

Para Lula, o país precisa compartilhar pesquisa com outras nações para descobrir tudo o que existe de riqueza na biodiversidade da Amazônia. "O Brasil não vai se fechar em copas. O Brasil pretende construir parcerias com outros países para que a gente possa dizer, embora o Brasil seja dono do território da Amazônia, a Amazônia é de interesse de sobrevivência da humanidade e, portanto, todos têm responsabilidade para ajudar a cuidar da Amazônia", declarou.

O postulante à Presidência também pregou a necessidade de uma reformulação na Organização das Nações Unidas (ONU), com um maior número de países para combater a crise climática. O petista defendeu, ainda, que o Brasil precisa ter protagonismo internacional nos próximos anos.

"A geografia do mundo mudou, os países mudaram. O que nós precisamos é repactuar os participantes da ONU. É tentar colocar outros países, de outros continentes, para que a gente crie uma nova governança e preste atenção em uma coisa séria", ressaltou. "A gente não resolverá a questão climática se não tiver uma governança mundial que decida e que todos tenham de cumprir", completou.

O ex-presidente também criticou a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, afirmando que o conflito acontece no "quintal da Europa". "Para nós, é muito claro que a gente não concorda, em hipótese alguma, com a ocupação territorial de algum país por um outro país. Acho que a guerra foi precipitada, faltou conversa, liderança, faltou interesse em evitar a guerra", comentou.

Lula recebeu 13 parlamentares e representantes da Associação Progressista dos Democratas e Socialistas do Parlamento Europeu, conhecida como S&D. Entre os presentes estava a líder do grupo, a espanhola Iratxe García Pérez. Eles entregaram ao presidenciável um documento com sugestões para a relação entre Brasil e União Europeia, caso o petista seja eleito. (Com Agência Estado)

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