Eleições

Casal Bolsonaro participa de culto e reforça 'guerra do bem contra o mal'

Em culto na Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte, Bolsonaro reforçou o tom messiânico que tem caracterizado suas participações em eventos evangélicos

O presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, participaram do culto em comemoração aos 50 anos do ministério do pastor Márcio Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte, no domingo (7/8). No evento evangélico, em clima de campanha eleitoral, a primeira-dama disse que Palácio do Planalto foi "consagrado a demônios".

A igreja estava lotada, e uma multidão de fiéis ficou do lado de fora por falta de espaço. No culto, o pastor André Valadão, filho de Márcio, chamou o casal presidencial ao palco. O presidente foi avacionado por parte dos fiéis com gritos de "mito". A primeira-dama fez um discurso em que misturou religião com eleições e disse que o pleito deste ano será uma batalha entre o bem e o mal.

"É um momento muito difícil, não tem sido fácil. É uma guerra do bem contra o mal, e eu creio que vamos vencer porque Jesus já venceu na cruz o calvário por nós. E as promessas do Senhor irão se cumprir na nossa nação", discursou.

Sobre a sede do Poder Executivo, em Brasília, Michelle disse que "durante muito tempo, aquele lugar foi consagrado a demônios, cozinha consagrada a demônios, Planalto consagrado a demônios. E, hoje, consagrado ao senhor Jesus", complementou.

Bolsonaro reforçou o tom messiânico que tem caracterizado suas participações em eventos evangélicos. Disse que estava muito feliz em participar do culto e comparou sua passagem pela Presidência como uma missão divina. "A missão que ocupo é missão de Deus, até pelas circunstâncias. Mesmo durante a pandemia, estive no meio do povo, que disse: 'não desista, Deus te abençoe, estamos orando por você'. Sabemos o que está em jogo para o país e não precisamos errar para saber o que é bom e o que não é", declarou o presidente.

O pastor André Valadão manteve o tom eleitoral do culto e reforçou a metáfora da guerra do bem contra o mal. Disse que, "sem constrangimento nenhum, é uma guerra além de política, uma guerra espiritual onde o bem vai vencer". E comandou uma oração ao casal. "Cremos que nossos filhos não serão iludidos ou enganados com ideologias satânicas. Estamos em uma nação cristã e, a partir da palavra de Deus, ela deve ser governada", acrescentou.

Após o evento, o presidente seguiu para São Paulo, onde assistiu à partida entre Palmeiras e Goiás, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro. Torcedor do alviverde paulistano, viu seu time vencer por 3 a 0 e seguir na liderança da competição.

"Espírito de paz"

A senadora Simone Tebet (MS), candidata ao Planalto pelo autodenominado centro democrático (MDB-Federação PSDB/Cidadania-Podemos), participou da 42ª Festa das Cerejeiras, no Parque do Carmo, na Zona Leste de São Paulo. Tebet disse que o Brasil precisa de paz na política. "Estamos num momento em que precisamos fazer renascer o espírito de paz, acabar com a polarização, trazer a união para as famílias, para poder sorrir, para florir", disse a candidata, em discurso, traçando um paralelo entre a política atual e o espírito que cerca a festa que remete a uma tradição japonesa.

No Parque do Carmo, foi erguido um memorial em homenagem aos mortos na pandemia do coronavírus. "A bancada feminina fez o que pôde para que a vacina chegasse o mais rápido possível ao braço dos brasileiros", lembrou Simone. "Foi uma grande honra ter lutado por essa causa, e quero aqui prestar a minha solidariedade às pessoas que perderam seus entes queridos. Agora, precisamos abraçar a ciência e os nossos irmãos e saber que esta terra, bem administrada, tem condições de dar dignidade a seus filhos", discursou a senadora.

Em entrevista à imprensa, Simone Tebet informou que já está trabalhando na agenda das próximas semanas com a candidata à vice-Presidência, a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP). "Temos a melhor proposta, a melhor equipe e os melhores quadros políticos do nosso lado", frisou. "E o país está pronto para ouvir o que duas mulheres têm a dizer e a oferecer a este Brasil que tanto sofre com a miséria, com a desigualdade social e com a fome".

Ciro "conciliador"

Para rebater críticas dirigidas ao comportamento explosivo do marido, a produtora cultural Giselle Bezerra, esposa do candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT), negou em vídeo divulgado nas redes sociais que o ex-ministro seja uma pessoa "destemperada". Para ela, o marido é um homem "indignado" com a situação do país. Na gravação, ela ainda disse que a principal qualidade de Ciro para presidir o país não é a inteligência, mas "o respeito que ele tem pelas pessoas".

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