Bolsonaro foca na economia e se defende de acusações em sabatina da Abras

Em evento que reuniu presidenciáveis com empresários, o presidente falou sobre os feitos do governo e defendeu pautas conservadoras

Taísa Medeiros

postado em 20/09/2022 19:57 / atualizado em 20/09/2022 20:00

A respeito do processo eleitoral, Bolsonaro falou do oponente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sem mencionar o nome dele - (crédito: MAURO PIMENTEL / AFP)

Com a aproximação do primeiro turno das eleições, diversas entidades buscam diálogo com os principais candidatos ao Palácio do Planalto. Nesta terça-feira (20/9) foi a vez do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) participar de uma sabatina de empresários do setor supermercadista, representados pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Bolsonaro voltou a falar sobre feitos do governo, exaltando a criação do Pix — o qual, de fato, foi lançado na atual gestão, mas começou a ser preparado no período do governo de Michel Temer (MDB) —, a desburocratização para abertura de empresas, e o fomento à criação de novos postos de trabalho. “O Estado tem que procurar fazer o esforço máximo possível para deixar que a iniciativa privada exerça seu papel. Quem cria emprego não sou eu, são vocês. Eu só crio emprego quando criam cargos de comissão ou abrem concurso público”, disse.

Polarização

A respeito do processo eleitoral, Bolsonaro falou do oponente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sem mencionar o nome dele. O atual chefe do Executivo comentou que há polarização e que se está “longe de buscar uma terceira alternativa”. Bolsonaro pediu, mais uma vez, que fossem feitas comparações entre os dois governos.

“Vocês sabem o que eu fiz em quatro anos e o que outro cara fez em quatro anos, de 2003 a 2007. Dá para fazer uma comparação perfeita né? Se bem que ele teve mais quatro, depois mais seis com outra pessoa, é que ele mandava no governo também. Olha pra onde foi? Eles quase quebraram a Petrobras. O endividamento da Petrobras, chegou na casa dos R$ 170 bilhões de dólares, isso com interferência no preço do combustível, com plataformas superfaturadas compradas”, apontou.

Bolsonaro voltou a se defender das acusações de corrupção na compra de imunizantes contra a covid-19. “Me acusaram de corrupção, de comprar uma vacina chamada covaxin. [...] Quando a gente mexe em tantas estatais, os parasitas que viviam daquilo é lógico, querem o meu fígado. A gente é resiliente e mantém essa posição”, disse.

O presidente participou de forma on-line da sabatina, pois estava nos Estados Unidos para a abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). O candidato Ciro Gomes (PDT) também participou do evento. Lula e Simone Tebet (MDB) não puderam comparecer por conflito de agenda. O evento com os candidatos integra a Convenção Abras 2022. Sob o tema “A Nova economia supermercadista'', o encontro ocorreu em Campinas, interior paulista.