ELEIÇÕES 2022

Onyx e Eduardo Leite disputam governo do Rio Grande do Sul no 2º turno

Antes preferido pelos eleitores gaúchos, Leite ficou próximo de perder a vaga no segundo turno para o petista Edegar Pretto

Talita de Souza
postado em 02/10/2022 23:43 / atualizado em 02/10/2022 23:44
 (crédito: Onyx Lorenzoni: Alan Santos/PR - Eduardo Leite: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini/Divulgação)
(crédito: Onyx Lorenzoni: Alan Santos/PR - Eduardo Leite: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini/Divulgação)

Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB) se enfrentam, em 30 de outubro, no segundo turno das eleições para o governo do Rio Grande do Sul. O embate já estava previsto pelas pesquisas eleitorais, mas o resultado das urnas surpreendeu por deixar o ex-ministro do Trabalho e Previdência do governo Bolsonaro em primeiro lugar, com 37,50% dos votos — 2.382,026 votos. 

Leite encerrou o primeiro turno com 26,81% da preferência dos eleitores que foram às urnas, o que totalizou 1.702.815 votos. No último levantamento feito no estado, do Ipec de sexta-feira (30/9), Leite estava a 10 pontos percentuais a frente Onyx, com 40% dos votos válidos. O ex-ministro aparecia com 30%. Agora, os dois candidatos de direita terão um mês para conquistar o favoritismo dos eleitores gaúchos. 

O resultado das urnas mostra que a preferência de Leite derreteu a ponto de deixá-lo próximo de perder a vaga no segundo turno para o petista Edegar Pretto, que foi escolhido por 26,77% do eleitorado do estado — 1.700.374 votos. A diferença entre Leite e Pretto foi de apenas 2.441 votos.  

Os outros sete candidatos ao governo alcançaram menos de 5% dos votos: Luis Carlos Heinze (PP),  que terminou com 4,28%; Roberto Argenta (PSC), com 2%; Vieira da Cunha (PDT), com 1,60%; Ricardo Jobim (Novo), com 0,61%; Vicente Bogo (PSB), com 0,27%; Rejane de Oliveira (PSTU), com 0,10% e Carlos Messalla (PCB), com 0,06%.  

Quem é Onyx Lorenzoni

Natural de Porto Alegre (RS), Onyx Dornelles Lorenzoni, de 67 anos, é graduado em medicina veterinária e ocupa, pelo quinto mandato consecutivo, o posto de deputado federal pelo estado gaúcho. A carreira política do ex-ministro da Casa Civil foi iniciada em 1995, como deputado estadual pelo PL, posto que ocupou por mais quatro anos até conquistar uma vaga na Câmara dos Deputados nas eleições de 2002. De 2003 a 2022, o gaúcho exerce mandato como deputado federal.

Em 2017, foi acusado, por delações da JBS, de receber caixa 2 da empresa. Para a RBS TV, ele assumiu o crime e disse que "não tinha como" declarar o valor na Justiça Eleitoral e que a cifra teria sido inferior aos 200 mil reais citados pelo delator Ricardo Saud. A acusação foi arquivada no Supremo Tribunal Federal (STF), que afirmou que "as diligências realizadas não foram suficientes para elucidar a materialidade do suposto crime". 

No governo Bolsonaro (PL), Onyx ocupou cinco postos de alto escalão em apenas quatro anos. Primeiro, foi ministro-Chefe do Gabinete de Transição Governamental, entre novembro de 2018 e janeiro de 2019; depois, ocupou o posto de ministro-chefe da Casa Civil, até fevereiro de 2020.

Na sequência, foi movido para o Ministério da Cidadania, pasta que chefiou por pouco menos de um ano e se envolveu em uma polêmica por indicar o professor particular de inglês, Allan Bubna, para atuar na assessoria internacional da pasta por um salário de R$ 10 mil, mesmo sem apresentar experiência suficiente para assumir a função. Com os desdobramentos da nomeação, Bubna foi exonerado.

Em fevereiro de 2021, tomou posse como ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, posto que deixou para ocupar o Ministério do Trabalho e Previdência. Com as movimentações, Onyx foi chamado de "coringa" por Bolsonaro. 

Quem é Eduardo Leite

Eduardo Figueiredo Cavalheiro Leite, de 37 anos, é natural de Pelotas (RS) e graduado em direito. Aos 16 anos, iniciou o engajamento político ao se filiar ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), por quem concorreu ao cargo de vereador de Pelotas em 2004, disputa da qual saiu como primeiro suplente. Em 2008, Leite tentou o cargo novamente e foi eleito. 

Em 2012, com apoio de partidos da direita, lançou candidatura para a prefeitura de Pelotas e saiu vitorioso após um segundo turno com o petista Fernando Marroni. Em 2016, abriu mão da reeleição e apoiou a vice-prefeita Paula Mascarenhas a disputar pelo cargo principal, que foi conquistado no primiero turno das eleições municipais de 2016. 

Leite voltou à política em 2018, quando se lançou para o governo do estado, posto conquistado após um segundo turno entre ele e o governador José Ivo Sartori. O governador ganhou notoriedade nacional em julho de 2021, após revelar, em entrevista para o programa Conversa com Bial, que é homoafetivo, o que o tornou o primeiro governador brasileiro a declarar abertamente ser LGBTQIA+. 

"Eu sou gay, eu sou gay e sou um governador gay. Não sou um gay governador, tanto quanto Obama nos EUA não foi um negro presidente. Foi um presidente negro. E tenho orgulho disso. Não trouxe esse assunto, mas nunca neguei ser quem eu sou. Nunca criei um personagem", disse na ocasião. 

Meses depois, em novembro de 2021, travou uma disputa com o ex-governador de São paulo Joao Doria pela indicação do PSDB para a disputa pela Presidência da República. As prévias deixaram Doria vitorioso, mas não foi aceita por parte da direção do partido, liderada por Aécio Neves. Leite cogitou deixar o partido para ser apoiado por outra sigla na disputa presidencial, mas voltou atrás e decidiu pela reeleição.

Correio nas Eleições

Acompanhe aqui a apuração do resultado das eleições

No total, cinco cargos estão em disputa neste 1º turno: deputado federal, estadual (ou distrital), senador, governador e presidente da República.

Este ano, estarão em disputa uma vaga na Presidência da República, 27 nos governos dos estados e do DF, 27 no Senado, 513 na Câmara dos Deputados, 1.035 nas Assembleias Legislativas dos estados e 24 na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação