ELEIÇÕES 2022

Após derrota no 1º turno, Bolsonaro aposta na virada em MG

Ao lado de Romeu Zema (Novo), Bolsonaro disse estar confiante na vitória no estado com o apoio do governador reeleito

Guilherme Peixoto
Matheus Muratori
Bernardo Estillac
Mariana Costa
Ígor Passarini
postado em 07/10/2022 03:55
 (crédito: Douglas Magno / AFP       )
(crédito: Douglas Magno / AFP )

Belo Horizonte — O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, abriu a agenda das campanhas do segundo turno em Minas Gerais ontem. Ele esteve em Belo Horizonte para evento organizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), no Teatro Sesiminas, Região Leste da capital.

Ao lado de Romeu Zema (Novo), ele disse estar confiante na vitória no estado com o apoio do governador reeleito. No discurso para o setor industrial, fez duros ataques ao candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e voltou a defender sua pauta de costumes. No primeiro turno, o petista venceu em Minas com 48,29% dos votos, contra 43,6% do atual presidente. Na terça-feira, Bolsonaro conseguiu o apoio de Zema e, já na chegada à capita mineira, comemorou a aliança.

"Tenho certeza (na virada). Zema entra agora na nossa campanha. O apoio dele é excepcional. E eu sempre disse, mesmo quando eu tinha outro candidato aqui ao governo do estado, que o Zema tinha feito um bom governo no estado de Minas e merecia ser reconduzido no cargo", afirmou o presidente.

Onze governadores já declararam apoio à candidatura do presidente nesta semana e quatro deles estiveram presentes em Belo Horizonte ontem. Além de Zema, Cláudio Castro (PL-RJ), Antonio Denarium (PP-RR) e Ibaneis Rocha (MDB-DF) participaram do evento da Fiemg.

No teatro, Bolsonaro foi ovacionado pelos convidados, que o receberam aos gritos de "mito". O evento simboliza a entrega de pautas da indústria para o candidato à Presidência, mas o tema foi pouco abordado pelo chefe do Executivo no discurso.

Ele começou chamando a plateia de conterrâneos: "Sou de Juiz de Fora, uai". Foi referência à cidade onde sofreu atentado na campanha de 2018. Na sequência, saudou os presentes, com destaque para Zema, e começou a falar sobre Lula. "A especialidade deles é mentir, é enganar, em especial os mais humildes, com propostas mirabolantes", acusou, em relação ao PT.

Na sequência, voltou a ironizar a "Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito", assinada por mais de um milhão de pessoas em agosto deste ano. "Nossa carta à democracia é a nossa Constituição, não é um pedaço de papel às vezes que aparece em momentos propícios como se fossem os salvadores da pátria, como se fossem as pessoas que realmente estivessem interessadas em defender a democracia. A nossa carta e de boa parte da população cristã é a nossa Bíblia também".

Costumes

A agenda de costumes seguiu como tema do discurso, com ataques aos governos petistas, que acusou de formular propostas de "desconstrução da heteronormatividade" e "ideologia de gênero", temas repetidos nos discursos presidenciais e de seus apoiadores.

O presidente encerrou a fala tratando sobre economia e incensou números recentes de sua gestão. "Pelo terceiro mês consecutivo, já temos deflação no Brasil, os produtos da cesta básica já vêm caindo de preço, estamos voltando à normalidade de forma completamente diferente de quase todo o mundo", comemorou.

Zema, por sua vez, apostou no discurso antipetista, criticando novamente a gestão de Fernando Pimentel (PT), que o antecedeu na chefia do Executivo estadual.

Ele afirmou que, no governo de Pimentel, o estado não estava repassando os recursos da área de saúde e do piso mineiro de assistência social para as prefeituras, "mas as mordomias, os favores e os privilégios para a companheirada não pararam não". Na sequência, disse que "todo mineiro que conhece um pouco dessa realidade deveria falar: 'Eu sou Ptfóbico'".

Por fim, o governador anunciou que fará tudo possível para que o presidente seja reeleito. "Tudo que estiver ao meu alcance, faremos para que, no dia 30, à noite, tenhamos aquele resultado que todos nós desejamos e que levará o Brasil para o futuro", enfatizou.

Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, abriu o evento acenando a Zema e Bolsonaro. "Nós preparamos uma agenda de melhoria, porque não há nada que não pode ser melhorado. Aliás, é por isso que o senhor precisa de mais quatro anos, para melhorar e implementar um bom trabalho no Brasil. Nós acreditamos que isso é possível", afirmou, se referindo a Bolsonaro.

Durante a semana, Roscoe informou que o convite feito ao presidente também foi feito a Lula, mas que o candidato do PL respondeu antes. Não há informações sobre a resposta do petista à Fiemg.

A passagem de Bolsonaro por Belo Horizonte foi rápida e com poucos momentos de contato com apoiadores.

O estado é foco dos presidenciáveis. Segundo maior colégio eleitoral do país, desde a redemocratização, nenhum presidente foi eleito sem levar a melhor nas urnas mineiras. 

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