ELEIÇÃO 2022

Candidatos ao governo de São Paulo nacionalizam disputa no segundo turno

Eleição estadual, que antes centrava o debate na origem fluminense de Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem mudado o tom, alinhando a discussão ao pleito presidencial. Ex-ministro disputa o governo paulista com o ex-prefeito Fernando Haddad

Henrique Lessa
postado em 29/10/2022 01:02 / atualizado em 29/10/2022 01:02
 (crédito:  Reprodução/Twitter e Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(crédito: Reprodução/Twitter e Marcelo Camargo/Agência Brasil)

São Paulo – Na cidade de São Paulo, a tímida campanha para o primeiro turno tem dado lugar a uma enxurrada de declarações de voto nas janelas dos prédios, nos carros e até mesmo por quem transita pelas ruas da cidade com adesivos dos seus candidatos ao Palácio dos Bandeirantes e ao Palácio do Planalto.

A disputa estadual, que antes centrava o debate na origem fluminense do candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem mudado o tom e nacionaliza os temas, alinhando a discussão local ao pleito presidencial. Simultâneo a esse movimento, segundo as últimas pesquisas de intenção de voto, a vantagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no estado vem diminuindo.

Esse novo tom pôde ser visto no debate entres os candidatos ao governo do estado realizado na última quinta-feira (27/10) na TV Globo da capital paulista. O espelhamento da disputa nacional vem fazendo os dois candidatos, o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), incorporarem ainda mais as pautas do petismo e do bolsonarismo, não apenas no debate, mas também na propaganda eleitoral em rádio e TV.

Para o deputado estadual petista Emidio de Souza, coordenador do programa de governo de Haddad, o debate na TV Globo, mostrou as fragilidades do adversário. Segundo ele, “Tarcísio pode até saber algo do ministério que cuidou, mas tem grande dificuldade em entender os problemas de São Paulo”.

Em conversa com o Correio, o parlamentar apontou que a pauta nacional faz parte da estratégia petista de desgaste ao candidato apoiado por Bolsonaro. “Os temas nacionais complicam a vida dele”, comentou. Ele também elencou o que acredita serem os pontos fracos do ex-ministro da Infraestrutura com o eleitor paulista: as decisões do governo Bolsonaro nos temas relacionado à pandemia, a compra de vacinas e o armamentismo.

De acordo com as pesquisas internas do partido, Haddad estaria numericamente um ponto percentual atrás de Tarcísio, mas Souza alertou que o tracking do partido é anterior ao debate, o qual entende ter tido o petista como vitorioso. “Tarcísio foi emparedado com o caso de Paraisópolis”, afirmou, referindo-se ao caso da troca de tiros entre a polícia e supostos criminosos durante uma agenda do candidato, naquela que é a maior comunidade carente da cidade.

A campanha de Tarcísio de Freitas foi procurada pelo Correio para comentar, mas não tinha retornado o contato até a publicação desta reportagem.

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