Militantes bolsonaristas participam na manhã desta quarta-feira, 2, de um ato golpista em frente ao Comando Militar do Leste (CML) no centro do Rio de Janeiro. Inconformados com a vitória nas urnas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os bolsonaristas pedem intervenção militar e a anulação das eleições presidenciais.
O grupo se reúne em frente ao Palácio Duque de Caxias, sede organizacional das Forças Armadas que abrange Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
Os manifestantes chegaram ao local por volta das 8 horas com faixas e cartazes por "intervenção militar" e bandeiras do Brasil.
Eles ocupam a praça em frente ao CML e uma faixa da Avenida Presidente Vargas, principal via da cidade. O ato é acompanhando por agentes da Guarda Municipal e pela Polícia Militar.
"Temos o artigo 142, mas sabemos que para ele ser colocado em prática precisaria passar pelo Congresso. O outro lado vai acabar com a gente. Não queremos virar Venezuela. Militares nos ajudem. Todo poder emana do povo", diz uma das organizadores do ato.
Sob gritos de "eu autorizo", "Lula ladrão" e entoando hinos militares e religiosos, o grupo protesta sob chuva fina.
O ato golpista foi convocado um dia após o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), derrotado no segundo turno do pleito, se manifestar somente depois de mais de 44 horas de silêncio. Bolsonaro não contestou a derrota nas urnas para Lula. Dentro do Palácio da Alvorada, residência oficial que terá deixar até 31 de dezembro, o atual presidente falou por 2 minutos e 21 segundos e afirmou que as ruas expõem o "sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral".
O presidente afirmou também que o País não pode ser tomado pela esquerda "que sempre prejudicou a Nação". Bolsonaro disse ainda que sempre respeitou o direito à propriedade privada e que nunca cerceou a democracia e o direito de ir e vir.
Logo após o resultado das urnas ter sido sacramentado, militantes bolsonaristas bloquearam rodovias por todo o país, chancelados pela inação da Polícia Rodoviária Federal. Foi necessário o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a ação conjunta de policiais militares e ameaçar de prisão o diretor geral da PRF para que as estradas começassem a ser desobstruídas.
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