Desafios 2023 — O Brasil que queremos

Saúde ruim atrasa avanços no Brasil, aponta Marlene Oliveira

Ao expor análise no seminário 'Desafios 2023 — O Brasil que queremos', Marlene aponta que já passou da hora de uma transformação na saúde pública

aline gouvêa
postado em 16/12/2022 00:01 / atualizado em 16/12/2022 15:24
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB)

A ausência de uma saúde pública de qualidade tem um sério impacto no desenvolvimento do país e no equilíbrio da sociedade. Por causa disso, Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, aponta como uma saída para a redução das desigualdades a reestruturação do Sistema Único de Saúde (SUS) no sentido de dar mais atenção à prevenção e aos diagnósticos precoces.

Acompanhe todas as informações do seminário neste link!

Ao expor a análise no seminário Desafios 2023 — O Brasil que queremos, Marlene aponta que já passou da hora de uma transformação na saúde pública "que resulte em políticas públicas que vão além do papel". "Precisamos repensar a estrutura como um todo. Nosso desafio é grande. Falamos muito em financiamento da saúde, em recursos. Mas temos que olhar para a estrutura também, para os desperdícios e a corrupção", ressaltou.

Segundo Marlene, a saúde pública brasileira não é pensada para ser um programa de Estado, mas sim de governo. Ela salienta que isso pode ser constatado no fato de que a maioria dos candidatos, nas eleições, coloca o setor como prioridade, mas, na prática, esse compromisso não se materializa. Ela ressalta que, para inverter essa lógica perversa, é importante o envolvimento e cobrança da sociedade civil para que as demandas possam ser atendidas.

A presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida também propõe que haja um intenso diálogo entre todos os setores da saúde no sentido de fazer do paciente o personagem central do cuidado. Somente dessa maneira é que se obterá das administrações públicas políticas direcionadas para o desenvolvimento do setor. Marlene dá como prova dessa desconexão um dado alarmante: 30% das pessoas diagnosticadas com doenças raras no Brasil morrem antes dos cinco anos de idade. "O que nós estamos fazendo para ter um olhar para as doenças raras, cardiovasculares e cânceres?", cobrou.

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