O interventor federal nomeado pelo presidente Lula (PT), Ricardo Cappelli, acusou, nesta terça-feira (10/1), o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF) e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, de sabotagem na segurança da capital federal durante atos golpistas, que atingiram as sedes dos três Poderes no domingo (8/1). Ele mencionou a troca de agentes experientes dias antes das invasões e a viagem do então secretário, que embarcou com a família para Orlando, nos Estados Unidos, na véspera das invasões em Brasília.
O interventor fez uma comparação ao esquema de segurança da posse presidencial, no dia 1º de janeiro, em que a operação foi cumprida de forma exitosa. “O que mudou é que no dia 2 de janeiro o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, assumiu o comando da Secretaria de Segurança do Distrito Federal, faz uma série de alterações na direção da secretaria e viajou”, disse Cappelli, ao apontar o problema na corporação. “Se isso não é sabotagem eu não sei o que é”, emendou.
Cappelli afirmou que todas as responsabilidades serão apuradas e enfatizou a ausência do secretário. “A responsabilidade central no domingo foi a falta de comando. Foi uma operação estruturada de sabotagem comandada pelo ex-ministro de Bolsonaro, Anderson Torres, que deixou a secretaria sem direção, sem liderança e fugiu para o exterior”, disse.
Durante os ataques terroristas, o governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou a demissão de Torres, a exoneração foi publicada na edição desegunda-feira (8/1) do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu a prisão do ex-ministro por omissão na repressão aos ataques.
Na madrugada de segunda, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou também o afastamento do governador Ibaneis Rocha por 90 dias, deixando o cargo para ser assumido pela vice, Celina Leão (PP). Já o presidente Lula determinou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, tornando o governo federal responsável pela segurança na capital.
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