Jornal Correio Braziliense

ATOS TERRORISTAS

Randolfe sobre fala de Zema: Ele é o 'bolsonarismo personalité'

Randolfe Rodrigues afirmou que Zema deveria ter tido a coragem, na reunião com os governadores, para falar que achava que 'Lula tinha arquitetado a invasão'

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) críticou fortemente a fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez "vista grossa" para o ataque realizado nas sedes dos Três Poderes para se apresentar como "vítima".

O senador relembrou, nesta terça-feira (17/1), que governadores de todos os estados, líderes políticos e ministros do Supremo Tribunal Federal participaram de uma reunião de emergência convocada pelo presidente no dia seguinte para tratar dos atos que invadiram e depredaram os prédios públicos e que pediam "intervenção militar", medida inconstitucional.

"Ele deveria ter sido mais honesto. Ele esteve no ato do presidente Lula com os 27 governadores. Ele poderia ter tido a coragem de dizer 'Presidente, eu vim aqui para divergir do senhor. Pra dizer que isso foi uma armação. Que o senhor arquitetou a invasão do Palácio aonde o senhor está residindo'. É de uma irresponsabilidade atroz. É de um oportunismo atroz. O que o Zema representa é o bolsonarismo personalité. Que, ao final, é o péssimo e velho fascismo de sempre", afirmou o senador amapaense em entrevista ao ICL Notícias.

Fala de Zema

Em entrevista à Rádio Gaúcha, Zema levantou suspeição sobre a forma como o governo federal tratou os ataques terroristas de 8 de janeiro, em Brasília, ao dizer que o Gabinete de Segurança Institucional, que está sob o comando do Ministério da Justiça, foi informado previamente da situação.

"Me parece que houve um erro da direita radical, que é minoria. Houve um erro também, talvez até proposital, do governo federal, que fez vista grossa para que o pior acontecesse e ele se fizesse, posteriormente, de vítima. É uma suposição. Mas as investigações vão apontar se foi isso", questionou o governador mineiro.

Posteriormente, ele ainda afirmou que a depredação é um modus operandi da esquerda e que "é uma possibilidade" que tenham infiltrados entre os vândalos inconformados com a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. A fala reproduz uma teoria da conspiração muito repercutida entre os bolsonaristas, mas que até agora não tiveram nenhum indício.