TRANSPARÊNCIA

Bolsonaro negou resposta a mais de 64 mil pedidos de acesso à informação

O ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, afirmou que sigilos de Bolsonaro foram utilizados de forma 'indevida'

Luana Pedra - Estado de Minas
postado em 03/02/2023 16:35
 (crédito:  Evaristo Sa/ AFP)
(crédito: Evaristo Sa/ AFP)

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho, afirmou que o governo Jair Bolsonaro (PL) negou resposta a mais de 64 mil pedidos de acesso à informação durante os quatro anos de gestão. A informação foi compartilhada na manhã desta sexta-feira (03/02), durante coletiva de imprensa na sede da CGU.

A CGU apresentou o resultado da revisão das regras de sigilo de documentos e informações da administração pública federal. A reavaliação foi determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por meio de despacho, assinado em seu primeiro dia de mandato (01/01).

Vinícius afirmou que se surpreendeu com o número de acessos negados e que o governo anterior utilizou os sigilos de forma “indevida”. O ministro destacou, ainda, que o acesso à informação é importante para o aprimoramento de políticas públicas e, também, é uma forma de fiscalizar a ação governamental.

  • 511.994 pedidos de acesso à informação nos últimos quatro anos (2019 -2022).
  • 64.571 pedidos negados total ou parcialmente.
  • 2.510 recursos analisados pela CGU.
  • 1.335 decisões da CGU mantendo a negativa de acesso à informação totalmente

“Nós temos o entendimento de que a transparência e o acesso à informação ajudam muito no aprimoramento das políticas públicas, ela ajuda no monitoramento da ação governamental. Então, para além de ser algo que em si é importante, também a gente entende como algo instrumental”, disse durante a coletiva.

O ministro também destacou que, dos 64 mil pedidos, menos de 4% foram objetos de recurso para a CGU. Vinícius pontuou que a população desistia de acessar essas informações e não buscavam meios legais de fazer a transparência valer.

‘Nós tínhamos por volta de 64 mil pedidos de acessos negados total ou parcialmente ao longo desses quatro anos, sendo que destes, e isso é um dado interessante, que me surpreendeu um pouco, só 2500 casos foram objetos de recurso para a CGU, o que revela que muita gente desiste ao longo do caminho”, afirmou.

Cumprindo o despacho do presidente Lula, a revisão dos sigilos de 100 anos de Bolsonaro feita pela CGU seguirá com base nos critérios abaixo:

  • Proteção de dados pessoais.
  • Proteção da segurança nacional.
  • Segurança do presidente da República e seus familiares.
  • Proteção das atividades de inteligência.

Ao tomar posse no cargo, no mês passado, Vinícius de Carvalho criticou o recurso adotado pela gestão Bolsonaro.

"Houve uso indiscriminado e indevido do sigilo para supostamente proteger dados pessoais ou sob o falso pretexto de proteção da segurança nacional e da segurança do Presidente da República", disse o ministro na ocasião.

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