Povos Indígenas

Sonia Guajajara diz que garimpeiros começaram a deixar o território Ianomâmi

Saída espontânea de garimpeiros do território vem sendo observada. "É bom que saiam mesmo", disse a ministra

Ândrea Malcher
postado em 04/02/2023 19:26 / atualizado em 05/02/2023 19:41
 (crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil)
(crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, informou durante coletiva de imprensa, neste sábado (4/2), que está sendo observado a saída de garimpeiros da terra indígena dos Ianomâmis. “Muitos garimpeiros estão saindo, mas é bom que saiam mesmo. Porque assim a gente até diminui a operação que precisa ser feita. Retirar 20 mil garimpeiros demoraria um tempinho. Se eles saem sem precisar dessa força de segurança, das forças policiais, é melhor para todo mundo”, disse.

A ministra viajou para Roraima para acompanhar de perto a situação do povo ianomâmi. Segundo ela, os governos do estado e federal estão executando um plano de retirada de garimpeiros, inclusive prevendo transporte para fora da região. A preocupação com a saída deles é para evitar que, ao deixar a terra ianomâmi, o garimpo ocupe outros territórios indígenas.

Sonia também anunciou que a base aérea de Surucucu será reativada e um hospital de campanha será instalado no território Ianomâmi como medidas emergenciais para melhorar a assistência de saúde do grupo. “É preciso o Estado se fazer presente e assumir as responsabilidades por essas ações”.

Sônia quer que o hospital seja um polo para atendimento em outras áreas. “Para sair dessa situação de emergência de saúde, é preciso combater a raiz, que é o garimpo ilegal. Não é possível, 30 mil indígenas ianomâmis convivendo com 20 mil garimpeiros dentro do seu território”, disse Guajajara aos jornalistas.

O hospital de campanha, que ainda não tem previsão de quando começará a ser construído, e a base aérea de Surucucu são duas ferramentas para evitar que tantos indígenas tenham que ser removidos e levados para capital do estado, Boa Vista. Em janeiro, 223 pacientes foram retirados do território Ianomâmi, com quadros de desnutrição, malária e pneumonia.

Outras medidas anunciadas são a construção de poços artesianos e estrutura de cisterna para captação da água da chuva, além de um sistema de comunicação dentro das aldeias, tanto para facilitar a comunicação das equipes de saúde, como para os próprios indígenas.

 

Para o governo, o momento é de sistematização “de equipes, recursos, necessidades, quantos indígenas ainda estão no território precisando de atendimento”, mas garante que ainda virão medidas a médio e longo prazo.

“Aqui no estado não há nenhuma autorização para exploração de minério, então tudo que é garimpo que está no território ianomâmi é considerado ilegal. Portanto, precisam ser retirados imediatamente”, pontuou.

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