CONGRESSO

PSB e PDT articulam federação para fugir do "hegemonismo" do PT

O assunto foi tratado em conversas reservadas pelo presidente interino do PDT, André Figueiredo; o ministro da Previdência, Carlos Lupi; e o presidente do PSB, Carlos Siqueira

Correio Braziliense
postado em 09/03/2023 03:55
 (crédito: Caio Gomez)
(crédito: Caio Gomez)

Dois partidos que integram a base de apoio do Palácio do Planalto abriram negociações para formar um bloco fora da órbita do PT. PSB e PDT articulam uma federação de centro-esquerda para fugir do que chamam de "hegemonismo" petista.

O assunto foi tratado em conversas reservadas pelo presidente interino do PDT, André Figueiredo; o ministro da Previdência, Carlos Lupi; e o presidente do PSB, Carlos Siqueira.

As federações partidárias foram criadas na reforma eleitoral aprovada pelo Congresso em setembro de 2021 e já valeram para as disputas do ano passado. O modelo prevê que dois ou mais partidos atuem de forma unificada nas eleições e na legislatura seguinte.

Pela legislação, essa união deve se sustentar por, no mínimo, quatro anos. A federação atua no Legislativo como uma única bancada, sem que os partidos tenham a obrigação de se fundir.

No caso das negociações entre PDT e PSB, divulgadas pelo jornal O Globo, Siqueira também foi procurado pelo presidente do Solidariedade, Paulinho da Força. O dirigente do PSB vai apresentar a ideia à Executiva Nacional do partido em reunião marcada para hoje.

"Já tivemos uma experiência boa com o PSB na legislatura anterior, quando formamos um bloco. A federação seria importante para valorizar nossa atuação no Congresso e organizar um espaço próprio para chegarmos às eleições municipais sem sermos satélites do PT", disse o sindicalista Antonio Neto, vice-presidente do PDT.

Motivação

Na disputa presidencial de 2022, o PDT lançou Ciro Gomes, candidato que adotou uma narrativa antipetista e crítica ao então postulante Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto o PSB — partido ao qual se filiou o agora vice-presidente Geraldo Alckmin — apoiou o petista. Depois do pleito, porém, o PDT entrou na base governista ao receber a pasta da Previdência.

"Nossa motivação não é estar contra ninguém, mas ser uma nova força na centro-esquerda. A nova legislação tende a levar a um afunilamento (do número de partidos) sob pena do desaparecimento. A federação é uma exigência da realidade", disse Siqueira. "A federação com o PT travou porque eles tinham uma visão hegemônica", disse, em relação à tentativa de parceria com petistas em 2022.

Tanto PSB quanto PDT saíram menores das urnas. O PSB caiu de 32 para 14 deputados federais eleitos, e o PDT, de 28 para 9.

Em outro movimento partidário, PP e União Brasil chegaram a um impasse na articulação para formar uma federação de centro-direita. O PP estava na coligação de Jair Bolsonaro (PL), e o União Brasil comanda três ministérios no governo petista. As negociações agora enfrentam divergências regionais. Os dois partidos esperavam bater o martelo até meados deste mês.

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