direitos humanos

Programa de Proteção salvou mais de 14 mil crianças e adolescentes desde 2003

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, disse ser necessário usar os dados do levantamento para atualizar a política e frisou haver pontos que precisam ser melhorados

Victor Correia
postado em 14/03/2023 03:55
 (crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)
(crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Mais de 14 mil crianças, adolescentes e seus familiares, em situações de alto risco, foram beneficiados pelo Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM), em vigor desde 2003. O balanço foi feito, ontem, pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

O PPCAAM oferece proteção a pessoas de até 19 anos e parentes que sofrem com graves riscos de violência, colocando os afetados em novas residências e oferecendo assessoria psicológica, jurídica e financeira, de forma sigilosa, por seis meses.

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, disse ser necessário usar os dados do levantamento para atualizar a política e frisou haver pontos que precisam ser melhorados.

Em seu discurso, Almeida enfatizou que o governo tem de usar dados e métodos científicos para a formulação de programas públicos, além de estabelecer políticas de Estado, que não sejam desmontadas por mudanças na gestão.

"A minha grande questão no ministério, e eu compartilho isso com os secretários, é fazer com que a política de direitos humanos no Brasil seja uma política de Estado. Algumas políticas públicas que resistiram à tragédia dos últimos quatro anos só foram sustentáveis por um corpo técnico estável, de servidores de Estado", destacou.

Ele também elencou o respeito à ciência como guia importante para sua gestão. "As nossas políticas de defesa da criança e do adolescente são feitas com base na ciência, que se dá também a partir de um olhar crítico da nossa sociedade", ressaltou. "Temos que saber, portanto, se temos de fazer aperfeiçoamentos nesses programas para que eles possam, de fato, oferecer às nossas crianças a proteção que elas merecem. Fazer ciência, ter dados, é um ato político", acrescentou.

Almeida citou um dado das Nações Unidas de que o Brasil, em 2020, foi responsável por 20,5% das mortes violentas de todo o mundo. Ele destacou, ainda, que a questão da violência passa por um recorte de gênero classe e raça, atingindo, em sua maioria, homens negros.

Dados divulgados pela pasta, oriundos de um levantamento do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), mostram que 34.918 crianças e adolescentes foram vítimas de mortes violentas intencionais no Brasil entre 2016 e 2020. Entre as crianças, crimes de violência doméstica foram os mais comuns. Já os adolescentes foram vítimas, em sua maioria, da violência urbana.

De acordo com a pasta, 14.239 pessoas já foram contemplados pelo PPCAAM. "Talvez esse número seja insuficiente, e é isso que nós estamos aqui para debater", declarou o ministro.

Na avaliação da equipe ministerial, o programa de proteção é efetivo, mas precisa passar por mudanças. O desligamento voluntário fez, por exemplo, com que de 40% a 50% dos protegidos saíssem prematuramente do PPCAAM. Conforme o ministro, é preciso ainda aumentar a divulgação sobre o programa e monitorar seu andamento junto aos estados.

Cobertura do Correio Braziliense

Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!

Notícias gratuitas no celular

O formato de distribuição de notícias do Correio Braziliense pelo celular mudou. A partir de agora, as notícias chegarão diretamente pelo formato Comunidades, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp. Não é preciso ser assinante para receber o serviço. Assim, o internauta pode ter, na palma da mão, matérias verificadas e com credibilidade. Para passar a receber as notícias do Correio, clique no link abaixo e entre na comunidade:

Apenas os administradores do grupo poderão mandar mensagens e saber quem são os integrantes da comunidade. Dessa forma, evitamos qualquer tipo de interação indevida.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

CONTINUE LENDO SOBRE