Educação

MDB declara que revogar o Novo Ensino Médio é "inaceitável"

Em nota divulgada pela legenda nesta quarta (5/3), o partido declara apoio ao ministro Camilo Santana por ampliar o debate sobre a medida implementada no governo de Michel Temer (MDB), mas repudia revogação

Victor Correia
postado em 05/04/2023 11:59 / atualizado em 05/04/2023 11:59
 (crédito: Reprodução/LIDE)
(crédito: Reprodução/LIDE)

O MDB declarou nesta quarta-feira (5/4) que “é inaceitável” revogar o Novo Ensino Médio, medida implementada durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). Em nota, a legenda defendeu que as mudanças previstas no modelo estão alinhadas àquelas adotadas em sistemas de educação avançados no mundo. O partido admitiu, porém, ser preciso fazer ajustes e debater a proposta, e declarou apoio ao ministro da Educação, Camilo Santana, para retomar o debate.

“A ideia da revogação do Novo Ensino Médio é inaceitável. Ela é defendida apenas por alguns que se sustentam em palavras de ordem, na busca pelas velhas e estéreis batalhas ideológicas que nada constroem”, diz a nota, assinada pela executiva nacional do MDB e pela Fundação Ulysses Guimarães, ligada à sigla.

“Revogar o Novo Ensino Médio significa retornar um modelo que teve resultados estagnados por décadas, em que apenas 10% dos estudantes tinham aprendizado adequado ao final da 3ª série”, afirma ainda o partido.

O Ministério da Educação suspendeu por, pelo menos, 60 dias o cronograma de implementação da medida para realização de mais debates e consulta pública. A decisão foi oficializada hoje no Diário Oficial da União (DOU). O ministro Camilo Santana, porém, negou que a medida será revogada completamente. O Novo Ensino Médio é criticado por alunos e educadores.

Entre os pontos atacados estão a redução da carga horária da formação básica, como português e matemática, e aumento das disciplinas específicas e práticas. Especialistas alertam ainda que as mudanças prejudicam mais as escolas públicas, devido à falta de professores. A reforma implementada por Temer visa um sistema de educação mais voltado à formação profissional, mas não há padronização da grade de disciplinas.

Ajustes

Segundo o MDB, quem critica a medida usa de desinformação e “exemplos pontuais e rasos”. A legenda, porém, admite que são necessários ajustes durante a implementação do modelo e defende que os itinerários formativos possibilitam que os estudantes se aprofundem nos temas que mais os interessam, e “mais alinhadas a seu projeto de vida”.

A nota também declara apoio ao ministro pela iniciativa de ampliar o debate. “O ministro Camilo Santana tem o nosso apoio na iniciativa de retomar a discussão do tema. Mudanças educacionais exigem a capacidade de diálogo já demonstrada pelo ministro ao longo de sua vida pública”, frisa a legenda.

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