viagem à china

Lula e Xi Jinping se reúnem hoje; pelo menos 20 acordos devem ser assinados

Os dois terão uma reunião ampliada, no Grande Palácio do Povo, seguida de um encontro restrito e uma cerimônia de assinatura de atos

Ingrid Soares
Victor Correia
postado em 14/04/2023 03:55
 (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
(crédito: Ricardo Stuckert/PR)

Em busca de acordos comerciais e da normalização diplomática entre Brasil e China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrará hoje, em Pequim, com o líder chinês, Xi Jinping.

Os dois terão uma reunião ampliada, no Grande Palácio do Povo, seguida de um encontro restrito e uma cerimônia de assinatura de atos — devem ser assinados ao menos 20 acordos entre os dois países. Depois, Lula participará de um jantar oferecido pelo líder chinês.

Antes da agenda com Xi Jinping, Lula terá encontro com Zhang Zhigang, presidente da State Grid, companhia de eletricidade chinesa. Os compromissos incluem, ainda, reuniões com o presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Zhao Leji; com representantes da Federação de Sindicatos de Toda a China; e com o primeiro ministro da China, Li Qiang.

Lula esteve em Xangai, ontem, onde participou da cerimônia de posse da ex-presidente Dilma Rousseff no Novo Banco de Desenvolvimento, instituição dos Brics. O petista também visitou o centro de pesquisa e desenvolvimento da empresa de tecnologia Huawei. A multinacional chinesa é uma das maiores do ramo de tecnologia e comunicações e está entre as 10 marcas mais valiosas do mundo. Segundo o ranking da Global 500 de 2022, é avaliada em US$ 71,2 bilhões.

Com a presença do chairman da Huawei, Liang Hua, a comitiva presidencial foi recebida com um painel contendo informações sobre a presença da empresa chinesa no mercado brasileiro, incluindo os setores de 5G, telemedicina, educação e conectividade. A multinacional tem parceria com todas as operadoras de comunicação do Brasil na implantação da tecnologia 5G e atua no país há mais de duas décadas.

A visita causa saia justa com os Estados Unidos. A Huawei já foi acusada de espionagem pelo governo norte-americano, segundo o qual, os equipamentos da empresa poderiam ser usados para coletar informações em favor do governo chinês. Tanto a multinacional, que é privada, quanto o governo da China negaram as acusações. Em 2022, a empresa foi sancionada pelo governo dos EUA, o que reduziu o seu lucro líquido em cerca de 69% no ano.

A agenda de ontem também incluiu reunião com o presidente do Conselho da China Communications Construction Company (CCCC), Wang Tongzhou, a maior empresa de construção civil do país, e com o CEO da BYD, Wang Chuanfu, fabricante de veículos elétricos.

Nos encontros, Lula expressou o desejo de aumentar a cooperação entre empresários brasileiros e chineses. Wang Tongzhou, da CCCC, sugeriu ao presidente brasileiro uma iniciativa para realizar transações diretas na moeda chinesa, o yuan, sem depender do dólar americano.

Reaproximação

Um dos principais objetivos da viagem de Lula à China é o fechamento de parcerias estratégicas nos setores de infraestrutura, comunicação, tecnologia e energia limpa. O presidente reforça, desde a campanha eleitoral, a necessidade de aproximação com o país asiático e a retomada das relações, estremecidas, no âmbito diplomático, durante o governo de Jair Bolsonaro.

O petista também deve defender a entrada da Argentina nos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Outro ponto que Lula pretende discutir com Xi Jinping é a possibilidade de o país asiático promover um diálogo com o presidente russo, Vladimir Putin, pelo fim da guerra na Ucrânia.

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