Investigação

Anderson Torres forneceu senhas inválidas à Polícia Federal

A PF tentou acessar os dados na nuvem do celular que o ex-secretário alega ter esquecido nos Estados Unidos. Senhas entregues por Torres na semana passada, porém, são inválidas

Victor Correia
postado em 28/04/2023 11:00 / atualizado em 02/05/2023 13:37
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres entregou senhas inválidas à Polícia Federal para acessar dados na nuvem em seu celular. Ao ser preso, quando voltava dos Estados Unidos, Torres teria dito que perdeu o aparelho.

A informação foi divulgada nesta sexta-feira (28/4) pelo portal G1. O ex-secretário deve ser questionado pelos investigadores sobre as senhas entregues. Ele está preso desde o dia 14 de janeiro por suspeita de omissão frente aos ataques terroristas de 8 de janeiro, em Brasília.

A defesa do ex-ministro de Justiça entregou o material na semana passada, em petição ao Supremo Tribunal Federal (STF). As senhas deveriam dar acesso a contas de e-mail e aos dados do celular que estão salvos na nuvem. A PF busca trocas de mensagens ou informações sobre a atuação do ex-secretário durante os ataques, e também sobre a minuta golpista encontrada durante operação de busca e apreensão na sua casa, em Brasília.

Embora a defesa de Torres peça a revogação da prisão, o ministro do STF Alexandre de Moraes citou a omissão do ex-secretário em relação aos dados de seu celular como um dos motivos para negar o pedido.

Piora no estado de saúde

Segundo Moraes, em decisão na quinta-feira da semana passada (20), Torres "suprimiu das investigações a possibilidade de acesso ao seu telefone celular. Consequentemente, das trocas de mensagem realizadas no dia dos atos golpistas e nos períodos anterior e posterior". O magistrado também cita que o ex-secretário forneceu as senhas "mais de 100 dias após a ocorrência dos atos golpistas e com total possibilidade de supressão das informações ali existentes".

Torres tinha um novo depoimento à PF marcado para a última segunda (24), mas sua defesa alegou piora no estado de saúde e pediu o adiamento. A corporação acatou o pedido e a oitiva será remarcada, ainda sem data para ocorrer.

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